Na última quinta-feira (5), o American Film Institute (AFI) divulgou a sua aguardada lista dos 10 melhores filmes e programas de TV de 2024. Como é habitual, a seleção reflete uma impressionante diversidade de narrativas, géneros, estilos e plataformas, destacando o que de mais marcante foi produzido no audiovisual ao longo do ano.
No cinema, o painel de especialistas — que inclui membros do AFI, críticos, artistas e académicos — escolheu uma mistura de grandes sucessos de bilheteira, pérolas independentes e obras de alto teor artístico.
A lista
A lista é um importante indicativo das principais apostas para os Óscares, funcionando como um termómetro da temporada de prémios. Isso é comprovado pelos números: na última década, metade das indicações ao Melhor Filme no Oscar incluiu filmes que já haviam sido escolhidos pelo AFI.
Um exemplo recente foi o ano passado, quando 8 dos filmes seleccionados pelo AFI também estavam entre os indicados ao Óscar de Melhor Filme, incluindo “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, que levou a estatueta.
Pesos-pesados e estreias promissoras
Este ano, brilham tanto os pesos-pesados como as surpresas. Sean Baker, com a comédia dramática “Anora”, e Brady Corbet, com o épico histórico “The Brutalist”, representam o cinema independente, enquanto veteranos como James Mangold, com a cinebiografia “A Complete Unknown”, e Denis Villeneuve, com a ficção científica “Duna: Parte Dois”, reafirmam o seu talento.
Outros realizadores já estabelecidos também marcaram presença na lista com inovações, como Edward Berger, com o thriller político “Conclave”, e Jon M. Chu, com o musical “Wicked”.
A lista também deu espaço para ousadias visuais, como a inclusão do francês Jacques Audiard com o musical de comédia criminal “Emilia Pérez”, que, embora não seja uma produção americana, é aceita graças à evolução das regras de elegibilidade do AFI, que têm cada vez mais acolhido o cinema internacional.
Além disso, surgem estreias promissoras, como as de Greg Kwedar com o drama “Sing Sing” e Jesse Eisenberg com a comédia dramática “A Real Pain”.
Vale destacar que o AFI não organiza os filmes por ordem, pelo que não há um filme considerado superior aos demais.
Ausências
Algumas ausências, no entanto, chamaram a atenção e levantaram questionamentos.
O épico “Gladiador II”, de Ridley Scott, “The Room Next Door”, estreia em inglês do espanhol Pedro Almodóvar, o ambicioso “Blitz”, de Steve McQueen, o distópico “Guerra Civil”, de Alex Garland, e os hits das redes sociais “A Substância”, de Coralie Fargeat, e “Challengers”, de Luca Guadagnino, ficaram de fora.
Isso traz à tona a dúvida: será que esses filmes ainda têm hipóteses de se destacar na corrida pelo Óscares 2025?