Reaberta em maio de 2021, a sala do Cinema Avenida, em Coimbra, batizada de Casa do Cinema de Coimbra, “mostra que é possível a recuperação dos (antigos) cinemas de rua, espaços tradicionais de cinéfilia, restaurando a sua função cultural e recuperando os hábitos de proximidade das pessoas com a sétima arte.”, lê-se em comunicado.
“Com uma programação diária, a casa tornou-se um espaço privilegiado para acompanhar a produção nacional e europeia, proporcionando aos espectadores o estreito contacto com realizadores, atores e produtores ao longo de todo o ano.”
Em comunicado, a Casa do Cinema lembra os desafios que a manutenção da sala exige: “Os desafios que se apresentam hoje são vastos e obrigarão a um grande interregno enquanto se aposta na requalificação efectiva da sala com melhores condições de acessibilidade, segurança, isolamento acústico e conforto térmico.
Esta é uma sala da década de 1980 com cerca de 200 lugares, que ganhou uma nova vida em 2021, depois de muitos anos de abandono e esquecimento. O projecto que nasceu do Festival Caminhos reúne três associações que assumem a gestão e programação da sala: o Caminhos do Cinema Português – Associação de Artes Cinematográficas, o Centro de Estudos Cinematográficos da AAC e a Fila K Cineclube.
A Casa do Cinema comemora 3.º aniversário com um programa especial, com cerca de 20 filmes que podem ser vistos de 9 a 15 de maio, na sala da Casa do Cinema de Coimbra e no Auditório Salgado Zenha (AAC). O programa arranca esta quinta-feira com a estreia de três filmes: ”Ainda Temos o Amanhã”, o sucesso italiano de Paola Cortellesi sobre a luta das mulheres por uma sociedade mais igualitária; “Um Casal” de Frederick Wiseman, um monólogo de Sofia sobre a longa relação com o seu marido, Lev Tolstói; e ainda, “O Sabor da Vida”, de Tran Ahn Hung, protagonizado por Juliette Binoche e Benoît Magimel.
No dia 13 de maio serão exibidos os filmes “A Natureza do Amor”, de Monia Chokri, um filme canadiano que retrata um amor improvável, e “Não Esperes Demasiado do Fim do Mundo”, do romeno Radu Jude, uma sátira aos comportamentos da sociedade contemporânea.
Em conjunto com o Centro de Estudos Cinematográficos, são resgatados Os Filmes Que Não Estreámos, dando uma segunda oportunidade a obras que não foram ali exibidas: “Dias Perfeitos” de Wim Wenders, o documentário de Gregory Monro “Kubrick por Kubrick” e “O Rapaz e a Garça” do japonês Hayao Miyazaki. O Fila K Cineclube alia-se ao i5 – Festival de Vídeo Escolar e apresenta uma sessão de filmes produzidos em contexto escolar.
O programa inclui ainda sessões com filmes da última edição do festival IndieLisboa: “Um Lugar Seguro” de Juraj Lerotic, “Aqui” de Bas Devos, “Algo Que Disseste a Noite Passada” de Luis De Filippis, e “A Barragem” de Ali Cherri. Pode ser visto também o programa Entre Muros: 3 Curtas Portuguesas, proposto pela Agência da Curta-metragem, que inclui os filmes “Natureza Humana” de Mónica Lima, “2720” de Basil da Cunha e “Corpos Cintilantes” de Inês Teixeira.
Com entrada livre, o filme “Os Filhos do Outros”, de Rebecca Zlotowski, poderá ser visto no sábado, às 18h30, seguida de uma conversa com Madalena Alarcão.
Na terça-feira à noite, 14 de maio, em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Secção de Ciências Jurídico-Criminais, será exibido “A Acusação”, de Yvan Attal, seguida de uma conversa com Teresa Letras (Advogada; Presidente do Conselho Regional de Coimbra da Ordem dos Advogados) e Nuno Lemos Jorge (Juiz de Direito; Assessor do Tribunal Constitucional), moderada por Pedro Caeiro (Professor de Direito Penal da FDUC).
A par de todas as novidades, mantêm-se em exibição “Ryuichi Sakamoto | Opus” de Neo Sora, um registo do último concerto de Sakamoto, “Guerra Civil” de Alex Garland, uma reflexão sobre fotojornalismo em contexto de guerra, e “A Sombra de Caravaggio”, de Michele Placido, sobre a história deste que foi um dos mais brilhantes pintores italianos.