O Festival Internacional de Cinema de Berlim (Berlinale) retirou oficialmente o convite que havia endereçado a políticos reconhecidamente de extrema-direita, depois da polémica gerada no domínio da cultura.
O festival, na pessoa dos seus codiretores Carlo Chatrian e Mariette Rissenbeek, tinha anteriormente convidado elementos do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Kristin Brinker e Ronald Gläser, para a cerimónia de abertura marcada para 15 de fevereiro.
Em sentido contrário ao do sentimento geral que se vive na Alemanha, onde manifestações populares de enorme envergadura têm ocorrido contra o fascismo, a própria Ministra da Cultura da Alemanha Claudia Roth havia defendido a polémica decisão. 
Claudia Roth defendeu que a AfD é um partido legal com membros democraticamente eleitos e que não não deve ser ostracizado no quadro do normal funcionamento político do país.
À semelhança de outros partidos de extrema-direita, apesar do saudável funcionamento da democracia, pela crescente defesa que faz de ideias contrárias àquilo que a Alemanha e a Europa não podem voltar a viver, os maiores partidos do país negam qualquer tipo de entendimento com a AfD.
No seguimento do convite endereçado pelo festival, 200 profissionais da cultura assinaram uma carta aberta contra a iniciativa e apelando ao bom senso da organização, naquilo que consideram ser uma decisão ofensiva e insensível.
O desconforto com a decisão tomada abrangia não só os restantes participantes do certame, mas também dos próprios trabalhadores do festival.
A 74.ª edição da Berlinale decorre de 15 a 2 de fevereiro com um júri presidido por Lupita Nyong’o e o filme de estreia “Small Things Like These”, realizado por Mielants e protagonizado por Cillian Murphy.
