Arranca hoje a 14ª edição do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema, com uma nova secção, um novo prémio, retrospetivas e uma nova edição do fórum internacional para financiamento de documentários. A 14ª edição conta com 259 filmes, de 41 países diferentes, dos quais 46 são estreias mundiais. Portugal reúne 46 filmes, 13 deles em competição. O DocLisboa 2016 decorre até 30 de outubro, na Culturgest e no Cinema São Jorge, na Cinemateca, nos museus Calouste Gulbenkian e Oriente e festas diárias no Palácio do Príncipe Real.
O certame começa hoje, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, com a estreia do filme “Oleg y las raras artes”, do venezuelano Andrés Duque, sobre o pianista russo Oleg Karavaichuk. “Andrés Duque apresenta-nos o retrato do compositor russo Oleg Karavaichuk, o único pianista que tocava ainda no piano do Czar Nicolau II. Oleg é uma pessoa vibrante, plena de sensibilidade, misteriosa, que parece saída de um conto de Gogol. O filme move-se entre o biográfico e o performativo, numa fascinante incursão pelo universo pessoal e criativo de um artista único, transformando-se num delicioso e divertido encontro com a música, a escuta e a criação.”
Na competição internacional estão 18 filmes, como “Correspondências” de Rita Azevedo Gomes, “Do Not Touch Me!” de Ludovica Tortora de Falco e “A Friend From Siberia” de Yuki Kawamura. Na competição nacional estão 12 filmes, como “O Espectador Espantado” de Edgar Pêra, “Cruzeiro Seixas – As cartas do Rei Artur” de Cláudia Rita Oliveira e “A Praia” de Pedro Neves.
Para além das habituais secções, o festival inaugura a nova secção Da Terra à Lua — título recebido de Júlio Verne – “onde podemos olhar o presente do mundo e imaginar o seu futuro. O lúdico e o político nunca deviam ter sido separados.”. Aqui podemos encontrar filmes como “Austerlitz” de Sergei Loznitsa, “Between Fences” de Avi Mograbi, “Paris 15/16” de Teresa Villaverde e “Ta’ang” de Wang Bing.
Para a sessão de encerramento, no dia 29 de outubro, no Grande Auditório da Culturgest, estreia “Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo” a primeira obra de João Monteiro, sobre o realizador português António de Macedo, “um dos mais controversos e talvez incompreendidos realizadores do “Novo Cinema” português, movimento que ajudou a fundar com o filme Domingo à Tarde.”
Neste docLisboa haverá ainda um ciclo sobre a produção de documentários em Cuba pós-revolução, e a retrospetiva dedicada ao realizador inglês Peter Watkins, 80 anos, pioneiro do “docudrama”, que estará em Lisboa. “Ativo entre meados dos anos 1950 e os anos 1990 e laureado com um Óscar de melhor documentário em 1966, com The War Game, Watkins é um dos pioneiros do docudrama e do falso documentário”
Partindo “de uma pergunta primeira: como é que um filme, esse objecto que opera e se activa através de uma projecção de luz num ecrã e nos coloca quase inertes sentados na obscuridade, pode dar-nos a experimentar, de forma mais ou menos evidente, o real? E, segunda pergunta, como é que um conjunto de filmes, programados em relação uns com os outros, segundo diferentes relações (no mínimo, de boa vizinhança), num curto e extremamente intenso espaço de tempo, podem conferir a um festival de cinema a capacidade de se constituir como experiência partilhada do mundo, do passado e do presente, intuindo assim a vida e o seu futuro?”
Competição Internacional
300 Miles, de Orwa Al Mokdad, Síria, Libano
95 And 6 To Go, de Kimi Takesue, EUA
A Friend From Siberia (Un ami de Sibérie), de Yuki Kawamura, Estreia Mundial Japão, França
A Road (Aru Michi), de Daichi Sugimoto, Japão
Atlas 1783 (Atlante, 1783), de Maria Giovanna Cicciari, Itália
Azayz, de Ilias El Faris, Marrocos, França
Black Sun (Sol Negro), de Laura Huerta Millán, Colômbia, França, EUA
Calabria, de Pierre-Fraçois Sauter, Suiça
Correspondências, de Rita Azevedo Gomes, Portugal
Do Not Touch Me! (A Noi ci dicono), de Ludovica Tortora de Falco, Itália
Ismyrna (Ismyrne), de Joana Hadjithomas, Khalil Joreige, Líbano, França, Emirados Árabes Unidos
Liberami, de Federica Di Giacomo, Itália, França
Mata Atlântica, de Elisabeth Perceval, Nicolas Klotz, Brasil, França
Rat Film, de Theo Anthony, EUA
THE BIRD AND US, de Félix Rehm, França
The Sea is History, de Louis Henderson, Reino Unido
The Sleeping Tiger (La Siesta del Tigre), de Maximiliano Schonfeld, Argentina
Vangelo, de Pippo Delbono, Itália, Suíça, Bélgica França
Competição Portuguesa
A Cidade onde Envelheço, de Marília Rocha, Brasil, Portugal
A Praia, de Pedro Neves, Portugal
Ama-San, de Cláudia Varejão, Portugal, Suíça, Japão
Brother, de André Marques, Portugal, França
Cruzeiro Seixas – As cartas do Rei Artur, de Cláudia Rita Oliveira, Portugal
Downhill, de Miguel Faro, Portugal
Ida Gil, de Ida Marie Gedbjerg Sørensen, Portugal
Layla e Lancelot, de Joana Linda, Portugal
Maria Sem Pecado, de Mário Macedo, Portugal
New Stories from the South, de Patrícia Pinheiro de Sousa, Portugal, Holanda
O Espectador Espantado, de Edgar Pêra, Portugal
Terceiro Andar, de Luciana Fina, Portugal
Verdes Anos
Antes de Existir, de Luís Gonçalves, Portugal
Apnoe, de Nicola Stephanie Sangs, Bélgica
Até Chá virar Café, de Celso Rosa, Portugal, Cabo-verde
Ceramic Tales (Storie di Ceramica), de Martina Droandi, Bélgica, Portugal, Húngria
Chicken Fox, de Md Nuruzzaman Khan, Hungria, Bangladesh
Conversation: The guide of the skin allergy treatment (Degar disi, Rahnamaye darmane hasasiate poosti), de Afsaneh Salari, Bélgica, Irão
Criados na Serra, de Maria Inês Santos, Portugal
Damaia is over, but we are still here (Damaia dj’acaba, ma indu nu sta pa li), de Daniel Veloso, Sofia Marques, Portugal
Distance (Távolság), de Dorottya Zurbó, Hungria
Garage inventory (Garázs Inventor), de Alyx Ayn Arumpac, Hungria, Filipinas
Hello Sea! (Hallo Tenger!), de Maria Grazia Goya, Equador, Hungria, Portugal
O Cabo do Mundo, de Kate Saragaço-Gomes, Portugal
Our Skin, de João Queiroga, EUA, Portugal
Paradoxo, de Mariana Santana, Portugal
Pequenas Partes, de Lucas Keating, Portugal
Polimorfo., de João Duarte, Portugal
Pulse, de Robin Petré, Hungria, Portugal
Rota do Pó, de Pedro Koch, Nuno Braumann, Portugal
Se o cosmos é… gira em construção, de Ana Feliciano, Portugal
Simão, de David Vicente, Portugal
Two Little Words, de Pien van Grinsven, Portugal
Two Monologues (Két Monológ ), de Marianna Vas, Hungria, Portugal, Bélgica
Uma Vindima, de Ana Isabel Freitas, Portugal
Fonte: DocLisboa