“Harry Potter e a Ordem da Fénix” em concerto: nova data em Lisboa

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Os filmes-concerto da franquia Harry Potter regressam à Altice Arena, no dia 12 de fevereiro de 2022, a Orquestra Filarmónica das Beiras vai interpretar ao vivo a banda sonora mágica de “Harry Potter e a Ordem da Fénix”, enquanto o filme é projetado simultaneamente, na íntegra, num ecrã de 20m de largura por 8m de altura, em alta definição.

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Divulgação

A CineConcerts e a Warner Bros. Consumer Products anunciaram em 2016 a saga de filmes-concerto Harry Potter, uma nova digressão global de concertos, em celebração dos filmes da saga. Desde a estreia mundial de “Harry Potter e a Pedra Filosofal” em concerto, em 2016, mais de 2.5 milhões de fãs viveram esta experiência mágica do mundo fantástico de J.K. Rowling.

Nós crescemos com Potter ao longo dos anos, dissecando os livros e brigando pelos triunfos e fracassos dos filmes, então podemos afirmar como verdadeiros fãs que “Ordem da Fénix” foi a nossa entrada menos favorita na franquia de sucesso fenomenal da agora polêmica J. K. Rowling.

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Pôster estadunidense de Ordem da Fénix

Curiosamente, “Ordem da Fénix”, com pouco mais de duas horas e quinze minutos, é o mais curto dos filmes da franquia “Harry Potter”. Uma fonte de 702 páginas que foi bruscamente simplificada por Michael Goldenberg, o roteirista (que substitui o indicado ao Óscar de Melhor Argumento Steve Kloves – autor de 7 dos 8 filmes), e David Yates, o diretor (que segue Chris Columbus, Alfonso Cuarón e Mike Newell no trabalho). Em última análise, “Ordem da Fénix” investiga as lutas internas de um jovem adolescente torturado que é atraído para o lado sombrio, onde personagens ocultistas estão projetando um final horrível para o talentoso e prestigioso bruxo.

Nesse ensejo, figuras esqueléticas tentam sugar a vida do menino enquanto aquele-que-não-pode-ser-nomeado enche a mente dele com imagens sangrentas de amigos feridos e torturados. Deturpado e evitado por muitos de seus colegas de classe, Harry luta contra o desejo de ceder aos seus maus pensamentos e, felizmente, como no passado, ele não é deixado sozinho em sua luta. Embora a glamourização de bruxos e bruxas ainda esteja no centro da história, o quinto ano de Potter na mítica Hogwarts continua a promover os conceitos de amizade e cooperação entre um grupo central de estudantes e adultos que enfrentam bruxos malignos em uma futura guerra civil.

O longa também continuou sendo um celeiro de primor com tons certeiros de DNA shakespeariano. Isso inclui as aparições da nata da atuação britânica: Maggie Smith (que este ano estará emDownton Abbey: A New Era), Helena Bonham Carter, Emma Thompson (que ano passado brilhou em Cruella, da Disney), David Thewlis (que estará na continuação do icônico “Avatar”, de James Cameron), Richard Griffiths (1947-2013), Julie Walters, Fiona Shawn, Brendan Gleeson, Alan Rickman (1946-2016), Robert Hardy (1925-2017), Robbie Coltrane (que, para ser justo, foi bem usado em filmes anteriores), Jason Isaacs (brilhando atualmente no recém-lançado MASS), além dos destaques do longa: Gary Oldman, Imelda Staunton (próxima protagonista da premiada série da Netflix, “The Crown”), Michael Gambon e Ralph Fiennes (protagonista do recém-lançado Kingsman: Serviços Secretos) .

Detalhando melhor, em “Ordem da Fénix”, Harry sofre de pesadelos, mas o pior é a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, a repulsiva e racista Dolores Umbridge (Imelda Staunton). Ela é o amálgama de todos os nossos piores professores do ensino secundário e da faculdade, uma pseudo-educadora cronicamente rígida e arrogante que ao assumir o cargo de Alto Inquisidora decreta decretos sem a menor preocupação com seu impacto ou finalidade real.

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Umbridge e Potter

Em meio a tudo isso, há uma guerra civil em andamento na qual o Ministro da Magia, Cornelius Fudge (Robert Hardy) nega severamente o retorno do maior bruxo das trevas de todos os tempos, Voldemort (Ralph Fiennes). Ele prefere ver isso como uma rebelião escolar movida por um diretor. Assim, a estreia de Yates na franquia se resume a uma série de movimentos e contramovimentos entre um governo repressor, cego e controlador e um corpo discente reprimido, rebelde e reacionário.

De acordo com Bruce Peabody, da Universidade Fairleigh Dickinson, em Ordem da Fénix, Rowling nos convida a reconsiderar a dicotomia tradicional entre o estado de direito e o governo dos indivíduos. Em geral, o trabalho de Rowling evidencia uma grande consideração pelas escolhas e autonomia dos indivíduos em oposição às instituições formais, incluindo organizações jurídicas. De fato, as leis e os regulamentos geralmente funcionam melhor quando sua autoridade é sinônimo da autoridade de uma única pessoa.

Nesta perspectiva, Rowling foi influenciada (especialmente como britânica) com a ascensão de Hitler e do regime nazista. Com a “Ordem da Fénix”, a censura e a sedição começam a mostrar suas mãos. A censura é mostrada na ascensão ao poder de Dolores Umbridge (Imelda Staunton), que assume Hogwarts de Dumbledore (Michael Gambon) através de milhares de pequenos cortes. A sedição é mostrada em como os alunos lidam com isso, quebrando as regras e juntando-se ao exército de Dumbledore – que é ensinado por Harry Potter (Daniel Radcliffe).

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Fudge e a imprensa

Enfim, pontualmente, “Ordem da Fénix” acaba com todos percebendo o que nós, o público, percebemos no final do filme antecessor, “Harry Potter e o Cálice de Fogo” – que o filme é ótimo, entretanto, o argumento foi mal adaptado, o que deixa a desejar. Em síntese, convém analisar que leva mais 138 minutos para que todos, exceto Harry, realmente compreendam esse fato. Consequentemente, quando a série foi finalmente concluída, “Ordem da Fénix” revelou-se um filme problemático, cheio de enredo e pouco divertimento, contudo, sem dúvidas, o pior da série é “Harry Potter e o Príncipe Misterioso” (BR: “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”).

Voltando aos filmes-concerto, nomeado para o prémio World Soundtrack Discovery, o compositor Nicholas Hooper usa técnicas experimentais e instrumentos únicos para compor dois novos temas, que retratam a influência, não só de Dolores Umbridge, mas também de Voldemort, na mente de Harry. Ao usar a bateria japonesa Taiko Hooper consegue que uma corrente mais profunda e nefasta permeie a aventura mágica de Harry e os seus amigos, enquanto se preparam para a guerra de feiticeiros que se a vizinha.

 

Nova data:

Depois de ter estado agendado para novembro de 2021, a organização decidiu alterar a data do espetáculo para 12 de fevereiro de 2022 avançando, em comunicado, que “dificuldades técnicas e logísticas decorrentes da pandemia da COVID-19, relacionadas com a produção internacional do espetáculo de Harry Potter ™ em Concerto, marcado para o dia 20 de novembro na Altice Arena, em Lisboa, impedem a realização do mesmo na data marcada”. Assim, a organização do evento, a Altice Arena e a Orquestra Filarmónica das Beiras reagendou o espetáculo para o dia 12 de fevereiro de 2022, à mesma hora e no mesmo local.

Em caso de dúvidas, os portadores de bilhetes deverão contactar o local de compra, que prestará todos os esclarecimentos.

Mais informações sobre Harry Potter Film Concert Series disponíveis em aqui.

 

 

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