Já se conhece o programa completo que compõe a 75.ª edição do Festival de Cinema de Locarno, que irá decorrer na Suíça de 3 a 13 de agosto. Tal como tem sido recorrente, o cinema português marca presença no festival suíço, desta vez com cinco produções portuguesas de Carlos Conceição, Acácio de Almeida e Marie Carré, Sofia El Khyari, João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, e Manoel de Oliveira.
A longa-metragem “Nação Valente”, de Carlos Conceição faz parte da Competição Internacional, competindo assim pelo prémio máximo, o Leopardo de Ouro. É um filme “sobre o fim do colonialismo português, a independência de Angola e os traumas da guerra colonial”. Este filme conta com a participação de atores como João Arrais, Anabela Moreira, Gustavo Sumpta e Leonor Silveira e é uma coprodução entre Mirabilis (Angola), Virgine Films (França) e a Terratreme (Portugal)
Também produzido pela produtora portuguesa Terratreme é o filme “Onde Fica esta Rua ou Sem Antes nem Depois”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, “uma revisitação do clássico ‘Verdes Anos’ de Paulo Rocha, com Isabel Ruth no papel principal.”. Apresentado na secção Fora de Concurso, esta obra é um retrato da cidade de Lisboa, onde os realizadores vivem e filmaram grande parte dos seus filmes, e é um regresso aos lugares do filme de Paulo Rocha, que agora, 59 anos depois, são naturalmente diferentes.
Ainda na secção Fora de Concurso, será exibido o documentário “Objectos de Luz”, de Acácio de Almeida e Marie Carré, uma produção da Bando à Parte, uma reflexão sobre a importância da luz no cinema.
A curta-metragem de animação “L’Ombre des papillons”, da realizadora marroquina Sofia El Khyari, estará presente na secção competitiva internacional de curtas e médias-metragens. É uma produção entre França, Portugal, Catar e Marrocos.
Por fim, “O Dia do Desespero” (1992), de Manoel de Oliveira, sobre os últimos dias de vida do escritor Camilo Castelo Branco, marcará presença na secção História(s) do Cinema, ao lado de outros clássicos do cinema.
Após duas edições marcadas pela pandemia, o diretor artístico do festival de Locarno, Giona A. Nazzaro, afirma que esta 75.ª edição não é uma celebração, mas sim um sinal para partir para novos objectivos, novos destinos.
“Exibições, convidados, encontros memoráveis num cenário único entre o lago e as montanhas suíças… Por 75 anos, o Festival de Cinema de Locarno iluminou os verões de Locarno com cinema, trazendo as produções mais ousadas e talentos destinados a deixar a sua marca na Piazza Grande e nos seus locais de exibição. Para comemorar o seu aniversário em 2022, o Festival reserva muitas surpresas.”, lê-se no comunicado.