Angela Lansbury, cuja carreira teve início em 1944 e abarcou teatro, cinema e televisão ao longo de mais de setenta anos, morreu aos 96 anos de idade, a poucos dias do seu aniversário.
A atriz, nascida em Londres a 16 de outubro de 1925, é sobretudo conhecida pelo seu papel na série de televisão “Crime, Disse Ela”, mas começou a sua carreira muito antes e fez de tudo um pouco, com uma carreira muito diversificada.
Começou a estudar teatro e apareceu pela primeira vez em palco ainda muito nova, mas a sua carreira seria interrompida pela Segunda Guerra Mundial, quando a sua mãe a levou e à irmã para os Estados Unidos para fugir ao conflito.
Aos 17 anos, depois de ter conhecido o argumentista John Van Druten, Lansbury assinou um contrato de sete anos com a MGM e o seu primeiro filme seria “Meia Luz” (1944), de George Cukor, que se tornou um sucesso e lhe garantiu a primeira nomeação aos Óscares para Melhor Atriz Secundária.
A segunda nomeação viria imediatamente no ano seguinte, pelo seu papel em “O Retrato de Dorian Gray” (1945), mas nem por isso a atriz se sentia satisfeita com os papéis que recebia da MGM.
Em 1952, quando o contrato se aproximava do fim, o estúdio decidiu não renovar e Lansbury mudou-se para a rádio e televisão e teve algumas participações na Broadway e em breve, como independente, começaria a ser chamada para papéis um pouco diferentes que os oferecidos na MGM.
“O Enviado da Manchúria” (1962) garantir-lhe-ia a sua terceira nomeação aos Óscares para Melhor Atriz Secundária, mas a atriz continuava a considerar, mesmo assim, que não lhe eram atribuídos os papéis em que se revia.
A Broadway e o West End acabariam por lhe retribuir de forma muito mais expressiva que o cinema e, para além dos enormes sucessos de bilheteira, nos anos 70 a atriz chegaria a receber o seu terceiro Tony – no total da sua carreira, foi galardoada com cinco, um dos quais já na casa dos 80 anos.
Em 1984, aceitou o papel que nunca mais deixaria de lhe ser associado, quando aceitou interpretar Jessica Fletcher em “Crime, Disse Ela”. A série teve tanto sucesso que Lansbury ganhou não só liberdade criativa como se tornou coprodutora juntamente com a Universal.
Ganhou ainda quatro Globos de Ouro pelo papel que interpretou entre 1984 e 1996, embora os Emmy não a tenham agraciado com nenhuma estatueta, mesmo sendo a atriz que detém o recorde de 12 nomeações.
Depois de a série terminar, em 1996, Angela Lansbury continuou a carreira noutros âmbitos e em 1991, por exemplo, a sua interpretação da música título de “A Bela e o Monstro”, como Mrs. Potts, ganharia o Óscar para Melhor Música Original.
A atriz continuou a trabalhar até 2019, tanto em palco como em pequenos papéis em séries televisivas, tendo-se retirado um pouco da ribalta em 2003, quando o seu marido Peter Shaw morreu.