Morreu esta manhã o cineasta português Paulo Rocha, aos 77 anos de idade. O realizador, dirigente cineclubista, foi um dos fundadores do Novo Cinema em Portugal com o seu primeiro filme “Os Verdes Anos” (1963) (lançado por António Cunha Telles), conhecido também por ter a música “Verdes Anos”, composta por Carlos Paredes. Este filme marca o inicio de uma nova geração do cinema português, uma renovação, ou seja, o “cinema novo” português, que teve influências da Nouvelle Vague francesa, do neo-realismo italiano e do cinema japonês. Este movimento dos anos 60 viria a influenciar a nova geração de realizadores portugueses depois do 25 de abril de 1974.
Paulo Rocha nasceu no Porto a 22 de dezembro de 1935 e formou-se pelo o Institut des Hautes Études Cinematographiques, onde obteve um diploma de Realização de Cinema, em Paris, em 1961. Foi assistente de realização estagiário de Jean Renoir em “O Cabo da Guerra” (1962), trabalhou com Manoel de Oliveira em “Acto da Primavera” (1963) e “A Caça” (1964). É em grande parte conhecido pelo filme “Os Verdes Anos”, que conta uma “história simples e desencantada de um jovem operário derrotado por Lisboa”, protagonizada por Isabel Ruth e Rui Gomes, mas “Mudar de Vida” (1966) e “A Ilha dos Amores” (1982) são outros filmes seus de referência.