O filme “O Casarão”, de Filipe Araújo, integra a Seleção Outros Olhares da XXVII edição do festival Caminhos do Cinema Português, o único festival nacional exclusivamente dedicado ao cinema em português, que este ano decorre de 6 a 20 de Novembro. O filme terá a ante-estreia no dia 10 de novembro, às 21h45, na renovada Casa do Cinema de Coimbra, a emblemática sala de cinema da Avenida Sá da Bandeira, recentemente restaurada e reaberta ao público.
“É uma grande felicidade para mim poder fazer a ante-estreia nacional de “O Casarão” neste festival, e não há como ignorar o lado simbólico, de o mesmo acontecer na capital da academia (que é um dos temas transversais do filme)”, explica Filipe Araújo.
“O Casarão” desvenda o papel que o antigo seminário dominicano de Aldeia Nova teve nas vidas dos muitos rapazes que passaram pelas suas salas e corredores, e o destino que agora poderá ter.

“A premissa deste projeto nasce da vontade de colocar em diálogo dois Portugais separados por um intervalo de meio século e ligados através de um mesmo edifício. É, portanto, um filme sobre finais de ciclo, mas também sobre um paradoxo. No caso, o paradoxo que é, em plena ditadura salazarista e num lugar carregado de isolamento, a “descoberta da liberdade” por parte de um grupo de pré-adolescentes a preparar-se para algo que nunca viria a ser”, explica Filipe Araújo, para quem a realização do documentário constituiu uma oportunidade de levantar o véu não apenas sobre um imóvel com história caído no esquecimento, como também sobre a improvável experiência feliz de mais de uma centena de vidas construídas entre dois mundos: o secular e o religioso.

Com António Oliveira, Dinis Dias e Tonito Oliveira. A partir dos textos dos ex-seminaristas Horácio Araújo, Mário Rocha Creoulo, Fernando Vaz, José Ribeiro, Eduardo Bento, Nelson Veiga e da obra literária de João de Melo, “Gente Feliz com Lágrimas”.
“O Casarão” estreia nas salas nacionais a 18 de Novembro.