Tem início a 3 de Julho a retrospectiva de Jacques Rozier, no Cinema Medeia Nimas, em Lisboa, no Teatro Campo Alegre, no Porto, e noutras salas. Serão exibidas, em cópias restauradas, as suas cinco longas-metragens e o díptico de curtas, todas elas inéditas comercialmente em Portugal, por iniciativa da Leopardo Filmes.
Em 1962, com a estreia de “Adeus Philippine”, começava uma das obras mais singulares, mais livres e geniais do cinema francês. Jacques Rozier (1926-2023) vivia e criava com uma “liberdade livre”. “Adeus Philippine” é um dos títulos icónicos da Nouvelle Vague e o mais divulgado dos seus filmes
Rozier deixou uma mão cheia de longas e várias curtas para o cinema, e uma dezena de trabalhos notáveis para televisão. Em cerca de três dezenas de filmes de curta e longa-metragem, deixou uma obra que marca a História do cinema a partir de finais dos anos cinquenta.
Paulo Branco produziu um dos seus melhores filmes de entre os melhores, “Maine Océan”, com fotografia de Acácio de Almeida, que o jornal Le Monde colocou na lista dos 50 melhores filmes franceses de sempre. Foi um outsider e os seus filmes nunca tiveram estreia comercial em Portugal, uma lacuna que é agora finalmente reparada – mesmo em França nem todos os seus filmes chegaram à distribuição.
Esta obra de uma enorme frescura, que celebra a vida e, simultaneamente, a sua fragilidade, o desejo, a relação com a natureza, uma errância despreocupada, quase como arte poética, que ambicionava conciliar a arte moderna e a arte popular, está agora a ser recuperada e a conquistar um cada vez maior número de espectadores. É também uma obra que celebra o Verão e esta é a melhor altura para mergulhar nesta experiência poética e libertária.
Serão exibidas as cinco longas-metragens de Jacques Rozier, inéditas comercialmente em Portugal, assim como as suas duas curtas-metragens, em cópias restauradas:
“Adeus Philippine” (1962)
“As Praias de Orouet” (1973)
“Os Náufragos da Ilha Tortuga” (1976)
“Maine Océan” (1986)
“Fifi Martingale” (2001)
E o díptico de curtas-metragens:
“Paparazzi” (1963)
“O Partido das Coisas: Bardot/Godard” (1963)