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«Super 8» – Uma sensação nostálgica

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Sendo eu um dos acólitos do trabalho do realizador/produtor J.J. Abrams foi com muito medo que entrei na sala de cinema para ver este “Super 8”; medo porque as expectativas eram muito grandes (e sabemos bem que quanto maior a expectativa maior é a desilusão) e medo porque a quantidade de coisas que o realizador afirmou desde o principio querer colocar neste filme faz qualquer um duvidar se ele estaria à altura do desafio. E devo admitir que, mesmo com várias fragilidades ao longo do filme, ele está definitivamente á altura do desafio.

 Não que o filme seja genial, está até um pouco longe disso. Em termos narrativos a relação entre Joel (a personagem principal) e o seu pai não é explorada em todo o seu potencial, contudo é compreensível que a atmosfera do filme assim não o permitisse, fazendo-nos prestar então mais atenção á relação de Joel com o seu amigo Charles, o jovem aspirante a realizador que se assemelha bastante a uma versão infantil de Alfred Hitchcock e com Alice, a rapariga que ajuda o grupo de rapazes a fazer o filme e por quem Joel nutre um sentimento romântico. Os restantes amigos de Joel e Charles, Martin, Preston e o “especialista em explosões” Cary são tratados como comic-relief dando assim uma contribuição mais leve a nível emocional, mas ajudando bastante a dar o tão desejado ambiente à la “Goonies” e “E.T. – O extraterrestre”.

A nível de realização nota-se bem a “dedada” do mestre Spielberg mas acima de tudo não deixa de ser um filme do J.J. Abrams; o descarrilamento do combóio acaba por desenvolver-se para uma sequência quase apocalíptica de explosões e colisões e objectos a voar de forma desgovernada, sendo esse grande acontecimento (e uso “grande” de forma quantitativa e não necessariamente qualitativa) que faz a mutação de “Super 8” de um quanto tanto inimista sobre um drama de perda familiar e refugio na amizade para uma aventura de proporções épicas. E falando na cena do combóio aproveito para passar para a forma como o monstro foi sendo progressivamente revelado assemelhando-se um pouco a “Cloverfield” e fazendo notar já uma certa experiência do realizador em saber mostrar apenas o necessário para causar ansiedade ao espectador, e provando que a regra dourada do “menos é mais” funciona às mil maravilhas quando estamos a lidar com monstros ou extraterrestres. Não podiam faltar também os míticos flares! E como J.J os adora! Não há uma única sequência no filme que não envolva luz a ser reflectida na lente da câmara de filmar; chega mesmo a ser um tanto enervante, na minha opinião.

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 Mas Super 8 consegue ser no seu geral um filme bastante competente, bastante sólido, escondendo as suas falhas atrás de todo um visual impressionante e de um sentimento de satisfação ao longo do decorrer do filme. E no final de contas, Abrams e Spielberg (o produtor deste filme) tinham razão: Super 8 consegue definitivamente trazer a magia de novo às salas de cinema.

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Realização: J.J. Abrams

Argumento: J.J. Abrams

Elenco: Joel Courtney, Kyle Chandler, Elle Fanning, Riley Griffiths, Ryan Lee, Gabriel Basso, Zach Mills, Jessica Tuck

EUA/2011 – Ficção Cientifica

Sinopse: No Verão de 1979, um grupo de amigos na pequena localidade do Ohio, testemunham um catastrófico desastre de comboio enquanto filmavam um filme em super 8 e depressa se apercebem que afinal não foi um acidente. Pouco depois, invulgares desaparecimentos e situações inexplicáveis começam a ocorrer e as entidades locais tentam descobrir a verdade – algo mais aterrorizador do que alguma vez se tinha pensado.

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