“Green Border” (“Zielona granica”), o mais recente filme de Agnieszka Holland, é um sucesso entre os distribuidores de toda a Europa, incluindo a Polónia, apesar das críticas amargas do governo polaco.
“Green Border” foi o filme vencedor do Prémio Especial do Júri, no Festival Internacional de Cinema de Veneza, e é um drama sobre a crise dos refugiados na fronteira da Polónia com a Bielorrússia.
Filmado a preto e branco na perspetiva de uma família síria que tenta entrar na Europa pela Bielorrússia, ativistas polacos e guardas de fronteira, retrata a injustiça e o terror por que passam estas pessoas e tem estreia marcada na Polónia para 22 de setembro.
É baseado em acontecimentos reais passados em 2021, quando milhares de pessoas ficaram presas na fronteira da Polónia com a Bielorrússia em condições miseráveis depois das ameaças do ditador bielorrusso Alexander Lukashenko e de a Polónia lhes ter negado passagem.
Aclamado além fronteiras, “Green Border” foi altamente criticado na Polónia natal da realizadora, sobretudo por figuras de extrema direita dentro do governo polaco, como é o caso do Ministro da Justiça Zbigniew Ziobro, que o designou de algo semelhante a propaganda Nazi.
Por outro lado, foram muito mais importantes as mensagens de apoio e solidariedade que se seguiram ao insulto, sobretudo vindos de colegas de profissão.
A realizadora, que é neta de vítimas do Holocausto, ameaça agora proceder a ação legal contra o ministro e exigiu, no dia 7 de setembro, um pedido de desculpas público no prazo máximo de 7 dias.
Agnieszka Holland é há muito uma realizadora interventiva social e politicamente, presidente da Academia Europeia de Cinema, vencedora de um Urso de Prata por “Spoor” (2017) e nomeada para o Óscar por “Europa, Europa” (1992), “Fuga na Escuridão” (2012) e “Angry Harvest” (1986).
Em Portugal, apesar não haver datas de estreia nos cinemas, sabe-se que a Leopardo Filmes já assegurou a sua distribuição.