“Vale Abraão”, realizado por Manoel de Oliveira em 1993 e produzido por Paulo Branco, volta aos cinemas na sua versão integral e restaurada a 2 de abril, data que marca também o 10.º aniversário do desaparecimento do realizador.
“Vale Abraão”, adaptação do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, regressa às salas de cinema pela mão da Nitrato Filmes depois de ter sido alvo de restauro digital em 4K pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.
A Casa do Cinema de Coimbra irá exibir o filme a 2 de abril, no mesmo dia que o Cinema Nimas o fará em Lisboa e o Cinema Trindade no Porto; o Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz inicia a sua programação de cinema do mês de abril, no dia 4, com a exibição do filme.
“Vale Abraão” é uma das obras mais emblemáticas do Cinema Português, reafirmando a genialidade de Manoel de Oliveira na adaptação literária e na construção de uma estética cinematográfica singular. A sua importância transcende fronteiras, consolidando Manoel de Oliveira como um dos grandes mestres do cinema mundial e garantindo um lugar de destaque à cinematografia portuguesa no panorama internacional.
Em 2023, foi o destaque da Quinzena dos Cineastas de Cannes e voltou às salas de cinema francesas, em cópia restaurada 2K, 30 anos após a sua estreia naquele mesmo certame onde foi recebido com uma ovação de 12 minutos. Os Cahiérs du Cinéma consideraram-no um dos mais belos filmes do Mundo.
O filme conta com Leonor Silveira, Cécile Sanz de Alba, Luís Miguel Cintra, Ruy de Carvalho e Isabel Ruth nos principais papéis e segue a história de Ema, que vive com o pai e é educada numa atmosfera de grande sensibilidade poética. Torna-se numa mulher bela e sensual com um irresistível gosto pelas ficções românticas, que acaba por nunca conseguir encontrar plena satisfação junto dos homens, desde logo casando com um médico que nunca amou. Na sequência de uma intensa vida social, Ema, vai envolver-se com três homens sempre numa constante busca de paixões, luxo e desafios.
Manoel de Oliveira foi o realizador com a mais longa carreira da história do cinema, num total de 84 anos entre a sua estreia na realização e o seu último filme e com uma filmografia que inclui mais de cinquenta títulos. Foi o único cineasta a passar do cinema mudo ao cinema sonoro, do preto e branco à cor e da película de nitrato ao suporte digital e foi reconhecido internacionalmente pelos mais importantes festivais de cinema do mundo tanto pela sua obra como pela sua longevidade, uma vez que continuou a filmar até aos 106 anos.


