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70 anos, 70 filmes: O Grande Ciclo da Cinemateca Portuguesa

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Foi em ambiente de pós-guerra, em 1948, que foi criada a Cinemateca Nacional pela Lei 2027, o mesmo ano em que faleceram Louis Jean LumièreSergei Eisenstein, que representavam as raízes mudas do cinema. No mesmo ano estrearam filmes como “Alemanha, Ano Zero”, de Roberto Rossellini, “Ladrões de Bicicletas”, de Vittorio de Sica, “Os Sapatos Vermelhos” de Michael Powell e Emeric Pressburger, “A Corda”, de Alfred Hitchcock e “Rio Vermelho”, de Howard Hawks, que representaram novos conceitos e novas vagas de um cinema moderno. 1948 marco o início de um mundo novo.

Para o seu septuagésimo aniversário, a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema preparou um programa cinematográfico que irá certamente deliciar o espírito da cinefilia portuguesa: 70 anos, 70 filmes. Depois do arranque das atividades da Cinemateca em setembro com a sessão de lançamento do primeiro volume de “Escritos sobre Cinema de João Bénard da Costa”, a instituição terá três grandes iniciativas dentro deste vasto programa: “70 anos, 70 filmes: 35 histórias da história da cinemateca”, “Que Faremos nós com esta Espada”: um tributo ao cinema feito em Portugal e uma viagem por imagens captadas desde 1986 até aos dias de hoje, e, ainda, o colóquio “Cinemateca – Passado, Presente e Futuro” (a decorrer no dia 30 de novembro). Como se isto não fosse suficiente, haverá ainda uma estreia inadjetivável, “Visita ou Memórias e Confissões”, de Manoel de Oliveira, filme que o próprio cineasta pediu para apenas ser revelado ao público após a sua morte.

O ciclo “70 anos, 70 filmes”, que tem início a 5 novembro, é o principal destaque do programa, por evocar explicitamente o aniversário. São 70 obras divididas em duas partes de 35 filmes cada. A primeira parte, que decorrerá em novembro e dezembro do ano corrente, inclui obras de todas as épocas do cinema mundial que marcaram a história da Cinemateca. Engloba filmes de géneros variados, sem preocupação de abrangência precisa de datas, nem arrumação cronológica. A segunda parte, a exibir nos primeiros meses de 2019, inclui 35 obras de 35 autores do cinema mundial contemporâneo, entendidas como uma proposta de leitura possível, necessariamente subjetiva, e mais uma vez eclética, da arte cinematográfica atual.

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“O Rio Sagrado” (1951), de Jean Renoir, “Tristana, Amor Perverso” (1970), de Luis Buñuel, “A Aventura” (1960), de Michelangelo Antonioni, “O Caçador” (1978), de Michael Cimino, “O Tesouro de Barba Ruiva” (1955), de Fritz Lang, e “Moana, O Homem Perfeito” (1926), de Robert Flaherty, são alguns dos filmes a integrar a primeira parte do ciclo “35 Histórias da História da Cinemateca”.

Com o ciclo “Que Faremos nós com esta Espada” – um tributo ao cinema feito em Portugal e uma viagem por imagens captadas desde 1986 até aos dias de hoje – a Cinemateca “presta homenagem ao trabalho de criação de cinema levado a cabo no país desde as primeiras imagens captadas em Portugal até aos dias de hoje. Não é um filme, nem um “programa de filmes”: ao longo de quatro horas, em projeção non-stop, o que acontecerá será a exibição de bobinas de obras realizadas em Portugal ao longo de todas as épocas do nosso cinema; nalguns casos correspondendo à obra integral (quando se trata de filmes de uma só bobina), noutros (que são a maioria) correspondendo a troços coincidentes com essa unidade e duração. Aqui e ali, haverá a explícita vontade de evocar “filmes, figuras e factos da história do cinema português” (o título do livro do fundador da Cinemateca, M. Félix Ribeiro, publicado postumamente em 1983). De novo, porém (e não só porque a exaustividade seria impossível), o que está por trás do alinhamento feito é, acima de tudo, a ideia da viagem livre, não sistemática e não cronológica, sustentada na intuição e numa relação viva com a história do país.”

O Ciclo Manoel de Oliveira, que será a primeira mostra integral de toda a obra do realizador, irá decorrer de dezembro de 2018 a janeiro de 2019. Entre 5 de novembro e finais de julho de 2019, será inaugurada a exposição “O livro de cinema – viagem através das edições e da imagem gráfica da Cinemateca”.

O 70.º Aniversário abre espaço para uma nova etapa de desenvolvimento da Cinemateca Digital: “A par da implementação do novo sítio Web da Cinemateca, será dado impulso especial à Cinemateca Digital. Como item de relevo, destaca-se a decisão de nela incluir a série de atualidades “Imagens de Portugal” (1953-1970), ou seja, a segunda grande série de filmes de atualidades produzida em Portugal, depois do “Jornal Português” (1938-1951), antes editado pela Cinemateca em DVD. Concretamente, prevê-se a inclusão dos três primeiros anos da série (1953, 1954 e 1955) até ao final de 2018, e, a partir daí, a inclusão anual, progressiva, dos restantes números, que se prevê estar concluída até final de 2021.”

Fonte: Cinemateca Portuguesa

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