Cannes 2018: Vencedores

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Realizou-se hoje a cerimónia da entrega dos prémios mais importantes do cinema, a 71ª edição do Festival de Cannes. A Palma de Ouro foi entregue ao conceituado cineasta japonês Hirokazu Koreeda pelo filme “Shoplifters”. Um dos filmes mais aplaudidos desta edição, em que Koreeda volta a tratar o tema da família, sempre de forma intensa e humana. Segundo o The Guardian, “é um filme feito de pinceladas delicadas: detalhes, momentos, olhares e sorrisos (…) é a história de um grupo de pessoas assustadas e feridas que fizeram uma causa comum umas com as outras, unidas sob a bandeira da família (…) Um filme rico e satisfatório.”. Para a Variety “Shoplifters”, “continua o seu exame contínuo do que constitui uma família e se ela ainda pode fornecer coesão à sociedade que está a transformar-se rapidamente. Ao mesmo tempo o filme é charmoso e comovente, primorosamente realizado e vai roubar os corações do público de arte e do mainstream.”. À quinta nomeação à Palma de Ouro foi de vez. Em 2013, Koreeda tinha vencido em Cannes o Prémio do Júri por “Tal Pai, Tal Filho”.

Para surpresa de todos, o júri, presidido por Cate Blanchett e constituído por Chang Chen, Ava DuvernayRobert Guédiguian, Khadja Nin, Léa Seydoux, Kristen StewartDenis Villeneuve e Andrey Zvyagintsev, decidiu atribuir uma Palma de Ouro Especial a “The Image Book” de Jean-Luc Godard. O cineasta francês, um dos maiores nomes da história do cinema, regressou a Cannes, depois de ter ganho o Prémio do Júri em 2014 por “Adeus à Linguagem”, com uma provocadora reflexão sobre as memórias e histórias do cinema.

O polaco Pawel Pawlikowski venceu o Prémio de Melhor Realizador por “Cold War”, que se estreou em Cannes com um filme a preto e branco como “Ida” (2013). “Cold War” foi muito bem recebido pela crítica, tendo o The Hollywood Reporter comentado o seguinte: “o mais recente filme de Pawel Pawlikowski, é agridoce e insuportavelmente adorável, uma triste balada de dois amantes que não suportam ficar separados, mas que às vezes também não se suportam um ao outro. Comovente e romântico, mas também ironicamente realista”. Para o The Guardian, “um drama arrebatador da era soviética do realizador Paweł Pawlikowski, que mapeia o coração sombrio da própria Polónia”.

O Grande Prémio do Júri foi para “Blackkklansman” de Spike Lee, um filme que conta uma história verídica sobre um detective negro que se infiltrou no Ku Klux Klan, nos anos 1970. O Prémio de Melhor Atriz foi para Samal Yeslyamova em “Ayka”, de Sergei Dvortsevoy, um drama pesado sobre as dificuldades de uma nova mãe e o seu filho nas ruas de Moscovo. Já o Prémio de Melhor Ator foi para o italiano Marcello Fonte em “Dogman”, de Matteo Garrone.

Palmarés 2018
Palma de Ouro
Shoplifters, de Hirokazu Koreeda (Japão)
Palma de Ouro Especial

The Image Book, de Jean-Luc Godard (França)
Grande Prémio do Júri
Blackkklansman, de Spike Lee (EUA)
Melhor Realizador
Pawel Pawlikowski, por Cold War (Polónia)
Melhor Atriz
Samal Yeslyamova, em Ayka (Cazaquistão)
Melhor Ator
Marcello Fonte, em Dogman (Itália)
Melhor Argumento (Ex-aequo)
Alice Rohrwacher, por Happy as Lazzaro (Itália/Suíça/França/Alemanha)
Nader Saeivar e Jafar Panahi, por Three Faces (Irão)
Prémio do Júri
Capharnaüm, de Nadine Labaki (Líbano)
Camera d’Or (Melhor Primeiro Filme)
Girl, de Lukas Dhont
Palma de Ouro (Curta-Metragem)
All These Creatures, de Charles Williams (Austrália)
Menção Especial
On the Border, de Wei Shujun

Prémio FIPRESCI
Selecção oficial
Burning, de Lee Chang-Dong (Coreia do Sul)
Un Certain Regard
Girl, de Lukas Dhont (Bélgica/Holanda)
Semana da Crítica
One Day, de Zsófia Szilágyi (Hungria)
Prémio do Júri Ecuménico
Capharnaüm, de Nadine Labaki (Libano/França)
Menção Honrosa
BlacKkKlansman, de Spike Lee (USA)

Secção Un Certain Regard
Prémio Un Certain Regard
Grans (Border), de Ali Abbasi (Suécia/Dinamarca)
Prémio de Júri
Sofia, de Meryem Benm’barek (França/Catar)
Prémio para Melhor Interpretação
Victor Polster, em Girl, de Lukas Dhont (Bélgica/Holanda)
Prémio para Melhor Realizador
Sergei Loznista, por Donbass (Alemanha/Ucrânia/França/Holanda)
Prémio Especial do Júri
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de João Salaviza e Renée Nader Messora (Portugal/Brasil)

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