A Cinemateca Brasileira conseguiu recuperar, digitalizar e catalogar, pela primeira vez, mais de 1,8 mil filmes da sua coleção em nitrato de celulose, o mais antigo e frágil do seu acervo.
Neste acervo, estão preservados registros históricos do Brasil, abrangendo o período desde o início de 1900 até 1950. Alguns desses filmes já foram disponibilizados gratuitamente no website oficial da Cinemateca Brasileira e no Banco de Conteúdos Culturais (BCC). O restante do acervo será disponibilizado a partir do dia 15 de junho.
Nitratos da Cinemateca Brasileira
A coleção Nitratos da Cinemateca Brasileira guarda verdadeiros tesouros vindos de arquivos e cinematecas de todo o país.
No rol dessas preciosidades, destacam-se “Barulho na Universidade”, datado de 1943, resgatado após ser dado como perdido, sendo o mais antigo documentário do acervo; “Cerimónias e Festas da Igreja em S. Maria”, produzido em 1909; e ainda “Amazônia e Exposição do Rio de 1922”, uma compilação de imagens captadas por Silvino Santos entre 1919 e 1926.
A preservação dos Nitratos da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais missões desde a sua reabertura em 2022, sobretudo devido à fragilidade extrema desses materiais e ao risco de combustão espontânea.
Para tal empreitada, foram contratados 30 pesquisadores e técnicos especializados em preservação e documentação de diversas regiões do país, que ao longo de dois anos conseguiram recuperar mais de 3.392 rolos de filmes.
Numa entrevista ao G1, Luisa Malzoni, técnica envolvida no processo de restauração, destacou que entre os títulos encontram-se filmagens profissionais e amadoras.
“Tem de tudo. Longas, médias e curtas-metragens, filmes publicitários, domésticos, em preto e branco e coloridos”, afirmou Malzoni ao G1 SP. “É um acervo pural”, acrescentou.
Iniciativa
A iniciativa integra o programa Viva Cinemateca, centrado na recuperação de acervos importantes e na modernização da sede e da infraestrutura técnica da instituição.
Este projecto, com um custo aproximado de 15 milhões de reais, é realizado através da Lei de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio principal da Shell e o apoio do Itaú Unibanco.
