A organização da 74.ª edição do Festival de Cannes, a decorrer entre 6 a 17 de julho, anunciou os nomes da equipa do júri que decidirá a Palma de Ouro e os outros premiados da secção competitiva, que será presidida pelo realizador Spike Lee.
É a segunda vez, na história do Festival de Cannes, que o júri é composto maioritariamente por mulheres, sendo este ano composto por cinco mulheres e três homens. Em 2018, quando Cate Blanchett foi presidente do júri, a divisão também foi de cinco mulheres e quatro homens.
O júri oficial da 74.ª edição de Cannes é então composto por: o cineasta franco-senegalês Mati Diop, a cantora canadiana Mylène Farmer, a atriz, argumentistas e realizadora americana Maggie Gyllenhaal, a realizadora e produtora Jessica Hausner, a atriz e realizadora francesa Mélanie Laurent, o realizador brasileiro Kleber Mendonça Filho, o ator francês Tahar Rahim, e o ator sul coreano Song Kang-ho.
Spike Lee, o Presidente do Júri, é também o rosto do cartaz desta edição, que faz história por ser a primeira vez que um rosto negro é visto num cartaz de Cannes. Lee, que estreou-se em Cannes em 1986 com “Os Bons Amantes”, tendo recebido o Prémio Jovem, é assim homenageado pelo festival, que elogia o seu “olhar curioso”, “afetuoso” e “malicioso”. “Por essa visão pessoal que compartilha connosco desde a sua primeiro longa: rodada a preto e branco no calor do verão de 1985, ele já sacudia o cinema ao impor, ainda naquela época, o seu estilo inovador, embutido no urbano e cultura pop”.
Há dois filmes portugueses na 74.ª edição de Cannes: “Noite Turva”, de Diogo Salgado, na competição de curtas-metragens, e “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, na secção Quinzena dos Realizadores.
O realizador e argumentista italiano Marco Belloccio vai receber a Palma de Ouro de honra, uma homenagem pela sua carreira que começou na década de 1960 e que se destacou com filmes como “Henrique IV” (1984), “A condenação” (1991), “Vencer” (2009), “Bela adormecida” (2012) e “O Traidor” (2019).