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Irão a Netflix e Cannes fazer as pazes?

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Embora a Netflix e o Festival de Cinema de Cannes continuam discretamente a negociar um potencial acordo, mas a gigante do streaming irá mesmo estar ausente da La Croisette (famosa avenida em Cannes) este ano, sem filme quer na competição ou fora da mesma, segundo revista Variety.

Sabe-se que estas conversações incluíram um jantar em Los Angeles há pouco mais de uma semana, com Ted Sarandos e Scott Stuber da Netflix, e o diretor artístico do Festival de Cannes, Thierry Fremaux, que estava na cidade para um encontro promovido pela Hollywood Foreign Press. Esta foi uma das várias reuniões realizadas após o desentendimento entre a empresa de streaming e a organização do Festival, que acabou com a exibição do filme Roma (Alfonso Cuarón, 2018) no Festival de Veneza, tendo arrecadado o Leão de Ouro.

Tanto os representantes da Netflix, como os de Cannes, recusaram-se a comentar o assunto. Para evitar perder outra obra como “Roma”, Thierry Fremaux estava ansioso por ‘agarrar’ o novo filme de Martin Scorsese,The Irishman (2019), tendo deixado isso claro no Festival Lumière em Lyon, França, em outubro passado, onde se reuniu com Ted Sarandos, Scott Stuber e com o presidente do Festival de Cannes, Pierre Lescure.

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Na altura havia uma forte possibilidade da pós-produção de “The Irishmanficar pronta em maio, mas os efeitos especiais fizeram com que o filme não ficasse pronto para Cannes, sendo que provavelmente irá ser exibido no Festival de Cinema de Veneza em setembro deste ano, antes de chegar aos cinemas e ao serviço de streaming.

Em 2017, depois do sucesso de filmes como Okja (Joon-ho Bong, 2017) eThe Meyerowitz Stories (Noah Baumbach, 2017), a organização de Cannes e o seu diretor artístico tiveram de lidar com a revolta dos exibidores e distribuidores, isto porque a Netflix, muito pouco tempo depois, disponibilizou as obras na sua plataforma. A prática comum em França exige uma espera de 36 meses após o lançamento do filme antes que este chegue a uma plataforma de streaming.

Em resposta a este episódio, a organização de Cannes criou uma regra: nenhum filme pode competir pelos prémios do júri a menos que esse seja destinado às salas de cinema francesas. Contudo, após esta medida, a Netflix recusou a passar os seus filmes no Festival, exemplo disso foi “Roma” e O Outro Lado do Vento (2018) de Orson Welles.

Esta longa discussão criou já várias especulações, entre as quais a possibilidade dos filmes apresentados em Cannes serem temporariamente removidos da plataforma da Netflix francesa, durante o período da sua exibição nos cinemas. Porém, tudo indica que este cenário não se irá concretizar.

Ao que tudo indica, a edição deste ano do festival francês terá uma maior inclinação para o cinema americano, sendoEra Uma Vez em… Hollywood (2019), de Quentin Tarantino, eAd Astra (2019), de James Gray, dois grandes candidatos à Palma de Ouro – ambos com Brad Pitt em destaque.