Entre 22 e 25 de maio, o Mental regressa a Lisboa, com o Cinema São Jorge a ser o centro de uma programação diversificada. O festival propõe uma série de actividades, incluindo cinema, oficinas, debates e actividades ao ar livre, desafiando o público a explorar a cultura e, ao mesmo tempo, a reflectir sobre os desafios actuais da saúde mental.
Serão apresentados filmes de relevância, provenientes de países como Nova Zelândia, França, Países Baixos, Itália, Suécia, Canadá e Reino Unido, entre outros.
Destaques
Entre os destaques, o festival apresenta longas-metragens como o belga “Close”, de Lukas Dhont – vencedor do Grande Prémio do Júri em Cannes 2022 e nomeado ao Óscar de Melhor Filme Internacional.
A obra, que explora com grande sensibilidade os dilemas da adolescência, a amizade e a dor da perda, dialoga directamente com os temas da M-Talk “Bullying, Luto e Saúde Mental”.
Outro filme a não perder é “Guerra Civil”, de Alex Garland, conhecido realizador e argumentista de “Ex Machina” (vencedor do Óscar de Melhores Efeitos Visuais em 2016) e da série “Devs”.
Esta ficção distópica levanta questões inquietantes sobre a polarização social, abordando os desafios do convívio em tempos de crise, um tema também explorado na M-Talk “Guerra, Conflito e Saúde Mental”.
A escolha destas obras foi cuidadosamente feita pelo cineasta Dinis Costa, em colaboração com a direção do festival, tendo em vista a sua relevância artística e a sua conexão com os debates centrais da edição de 2025.
Mostra Internacional de Curtas-Metragens
A Mostra Internacional de Curtas-Metragens reúne filmes que, com uma abordagem contemporânea e diversificada, exploram os desafios da saúde mental e emocional, as dinâmicas familiares complexas, as crises de identidade e os efeitos das adversidades sociais e existenciais na vida dos jovens.
Entre as obras em exibição, destaca-se “Only Paper”, de Maxime Vouillon, que aprofunda os conflitos emocionais vividos pela juventude. Também se apresenta o britânico “Only When You Bury Me in this Earth”, de Nima Shahmalekpur, que narra a experiência de um refugiado ao enfrentar os desafios da migração e da perda, num contexto de conflito.
Em seguida, o austríaco “Interchange”, de José Camargo, explora a ligação telepática entre dois jovens em coma, que trocam talentos e acordam com novas personalidades, surpreendendo os seus pais.
Por último, “Fucking Boobs E Mani a Terra”, do italiano Paolo Cipolletta, retrata os árduos desafios de viver com a síndrome de Tourette, sem poupar o espectador à crueza da experiência.
Open Call 2025
Pela primeira vez, será atribuído um prémio à curta-metragem vencedora da Open Call 2025. Este prémio visa distinguir o filme que, aos olhos dos seleccionadores, se destacar pela qualidade técnica, artística e pela força da sua mensagem.
A selecção será feita por um painel de especialistas composto por Francisco Costa, editor de cinema e programador no Festival Mental; Maria João Barros, psicóloga clínica e psicoterapeuta; Sérgio Viana, psicólogo clínico e presidente da Delegação Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos; e Rui Henriques Coimbra, jornalista e membro da Hollywood Foreign Press Association (HFPA).
Oficinas, M-Talks e M-Click
O Festival Mental oferece uma variedade de oficinas que convidam à participação ativa, como “Hatha Yoga Funcional”, orientada por Jean-Pierre de Oliveira, e a sessão de “Dança, Movimento e Terapia (DMT)”, conduzida por Liliane Viegas.
Para o público mais maduro, a M-Sénior “Idade não é prazo de validade”, facilitada por Mafalda Sacchetti, propõe um workshop focado em exercícios para estimular a memória, concentração, coordenação, relaxamento e fortalecer a autoestima.
Nas M-Talks, o festival volta a dar destaque a temas fundamentais sobre saúde mental. Na M-Talk “Bullying, Luto e Saúde Mental”, especialistas das áreas da saúde, cultura e ciências sociais irão debater os desafios emocionais que surgem em torno desses temas e como podem estar ligados ao aumento de problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade.
A M-Talk “Guerra, Conflito e Saúde Mental”, por sua vez, abrirá uma discussão sobre os impactos psicológicos dos conflitos atuais, da perda e da solidão, refletindo sobre as dificuldades emocionais do nosso tempo.
O festival ainda traz como novidade o M-Click, um espaço para apresentações de 10 minutos em que convidados partilham ideias inovadoras e provocadoras sobre a saúde mental, abordando temas como a sua promoção, prevenção e muito mais.
Encerramento
A fechar o festival, Mimicat toma o palco com o My Story / My Song, num registo íntimo onde a música encontra o testemunho pessoal. Um fecho emotivo para um festival que transforma a arte num espaço de escuta, empatia e diálogo – um convite à aproximação e à desestigmatização da saúde mental.