Na tarde deste domingo (8), a Los Angeles Film Critics Association (LAFCA) anunciou os vencedores da 50.ª edição de sua premiação anual. O grande destaque foi a comédia dramática “Anora”, de Sean Baker, eleita como Melhor Filme de 2024.
O grupo de críticos também distinguiu Mikey Madison e Yura Borisov, que arrecadaram os prémios de Melhor Interpretação Principal e Melhor Interpretação Secundária, respectivamente.
Nesta edição, tal como nos últimos três anos, a LAFCA adoptou uma abordagem mais inclusiva, atribuindo os prémios a dois artistas por categoria, mantendo a neutralidade em relação ao género.
Destaques
O prémio de Melhor Realizador da edição foi concedido ao iraniano Mohammad Rasoulof, pelo drama “The Seed of the Sacred Fig”, enquanto o de Melhor Argumento foi atribuído a Jesse Eisenberg, pelo seu trabalho na comédia dramática “A Real Pain”.
Sean Baker também foi reconhecido pelo grupo, recebendo os prémios de segundo lugar nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Argumento. Além disso, pelo épico histórico “The Brutalist”, Brady Corbet ficou em segundo lugar na categoria de Melhor Filme.
Na categoria de Interpretação Principal, Mikey Madison partilhou o prémio com a veterana Marianne Jean-Baptiste, do drama “Hard Truths”, que tem vindo a ascender na temporada. Recentemente, Jean-Baptiste também foi premiada como Melhor Atriz no British Independent Film Award, no Gotham Independent Film Award e no New York Film Critics Circle Awards.
O segundo lugar de Interpretação Principal foi para a brasileira Fernanda Torres, pelo drama “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, e para a americana Demi Moore, protagonista do terror “A Substância”, de Coralie Fargeat.
Na categoria de Melhor Interpretação Secundária, o russo Yura Borisov partilhou o prémio com o americano Kieran Culkin, da comédia dramática “A Real Pain”, estreia de Jesse Eisenberg na realização. Até ao momento, Culkin tem sido o grande vencedor na categoria de Melhor Ator Secundário.
Será este mais um termómetro para os Óscares?
Sim, os prémios da LAFCA, assim como os de muitas outras associações de críticos, são frequentemente encarados como um termómetro para os Óscares.
Em 2023, por exemplo, como recorda Harrison Richlin da IndieWire, a organização antecipou com precisão a vitória de Emma Stone como Melhor Atriz por “Pobres Criaturas”, num cenário competitivo que incluiu Lily Gladstone, de “Assassinos da Lua das Flores”, e Sandra Hüller, de “A Zona de Interesse”.
Este último filme, que recebeu os prémios de Melhor Filme e Melhor Realizador para Jonathan Glazer pela LAFCA, acabou por conquistar apenas os Óscares de Melhor Filme Internacional e Melhor Som na 96.ª edição.
Apesar de os resultados nem sempre coincidirem plenamente, os prémios da LAFCA têm sido consistentes na identificação de tendências desde 2000, incluindo várias vitórias no Óscar de Melhor Filme.
Entre os vencedores em comum destacam-se títulos como: “Estado de Guerra” (2009), de Kathryn Bigelow, “O Caso Spotlight” (2015), de Tom McCarthy, “Moonlight” (2016), de Barry Jenkins, “Parasitas” (2019), de Bong Joon-ho, e “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” (2022), dos Daniels.
Vencedores
Melhor Filme: “Anora”
Segundo Lugar: “The Brutalist”
Realizador: Mohammad Rasoulof por “The Seed of the Sacred Fig”
Segundo colocado: Sean Baker por “Anora”
Principais atuações: Marianne Jean-Baptiste por “Hard Truths” e Mikey Madison por “Anora”
Vice-campeões: Demi Moore por “A Substância” e Fernanda Torres por “Ainda Estou Aqui”
Performances secundárias: Yura Borisov por “Anora” e Kieran Culkin por “A Real Pain”
Vice-campeões: Clarence Maclin por “Sing Sing” e Adam Pearson por “A Different Man”
Argumento: Jesse Eisenberg por “A Real Pain”
Vice-campeão: Sean Baker por “Anora”
Melhor Animação: “Flow”
Vice-campeão: “Chicken for Linda”
Cinematografia: Jomo Fray por “Nickel Boys”
Vice-campeão: Lol Crawley por “The Brutalist”
Edição: *Empate* Nicholas Monsour por “Nickel Boys”, e Hansjörg Weißbrich por “5 de setembro”
Design de produção: Judy Becker por “The Brutalist”
Vice-campeão: Adam Stockhausen por “Blitz”
Música/Banda Sonora: Trent Reznor e Atticus Ross por “Challengers”
Vice-campeão: Eiko Ishibashi por “Evil Does Not Exist”
Filme não em língua inglesa: “All We Imagine as Light”
Segundo lugar: “The Seed of the Sacred Fig”
Documentário/Filme de não ficção: “No Other Land”
Segundo lugar: “Dahomey”
Prémio Nova Geração: Vera Drew por “The People’s Joker”
Prémio Douglas Edwards de Cinema Experimental: “The Human Surge 3”, Eduardo Williams
Prémio de Realização Profissional: John Carpenter
