Em apenas uma semana o novo filme de João Botelho, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, levou 5066 espectadores às salas de cinema nacionais. Adaptado da obra literária do escritor e Prémio Nobel da Literatura José Saramago, publicada em 1984, o filme de Botelho foi exibido em 44 ecrâs e gerou uma receita bruta no valor de 28.447,20€, segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).
Segundo o realizador, a obra “ganha uma nova urgência com o regresso atual dos populismos”. Botelho já tinha adaptado ao cinema outras obras literárias de autores como Eça de Queirós, com “Os Maias: Cenas da Vida Romântica” (2014), Fernando Pessoa, com “Filme do Desassossego” (2010) e Agustina Bessa-Luís, com “A Corte do Norte” (2008).
O Ano da Morte de Ricardo Reis” é produzido pela produtora Ar de Filmes e conta com Chico Díaz (no papel de R. Reis), Victoria Guerra, Catarina Wallenstein, Dinarte Branco, Pedro Lacerda, entre outros no elenco. João Ribeiro, que trabalhou em filmes como “Cartas da Guerra” (2016), “Treblinka” (2016) e “Luz Obscura” (2017), assina a direção de fotografia desta produção filmada a preto e branco.
“Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da língua portuguesa estabeleceu um gigantesco universo paralelo criando uma série de heterónimos para sobreviver à sua solidão de génio. José Saramago, prémio Nobel da literatura em 1998, fez regressar o heterónimo Ricardo Reis a Portugal, ao fim de 16 anos de exílio no Brasil. 1936 é o ano de todos os perigos, do fascismo de Mussolini, do Nazismo de Hitler, da terrível guerra civil espanhola e do Estado Novo em Portugal, de Salazar. Fernando Pessoa, o criador, encontra Ricardo Reis, a criatura. Duas mulheres, Lídia e Marcenda são as paixões carnais e impossíveis de Ricardo Reis. “Vida e Morte é tudo um”, permite a literatura e o cinema também. Realismo fantástico.”