Morreu Diane Keaton, eterna musa de Woody Allen

Em mais de 50 anos de carreira, Keaton ficou, entre muitos trabalhos, conhecida pelos papéis em “Annie Hall” e “O Padrinho”
Diane Keaton Diane Keaton
Via: Vogue Brasil

Diane Keaton, premiada atriz norte-americana conhecida pelos seus papéis em “Annie Hall” e “O Padrinho”, morreu aos 79 anos.

A família da vencedora do Óscar confirmou que Keaton morreu na Califórnia, sem, contudo, divulgar detalhes sobre a causa da morte. A notícia foi inicialmente divulgada pela revista People.

Nascida Diane Hall em 5 de janeiro de 1946, em Los Angeles, Keaton mudou-se ainda jovem para Nova Iorque, onde estudou representação no Neighborhood Playhouse. Estreou na Broadway como substituta no musical Hair”, antes de conquistar reconhecimento na peça Play It Again, Sam” (1969), escrita por Woody Allen — parceria que lhe renderia uma indicação ao prémio Tony e uma colaboração duradoura no cinema.

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Com Allen, Keaton trabalhou em títulos emblemáticos como Annie Hall (1977) — que lhe garantiu o Óscar de Melhor Atriz —, Manhattan” (1979), Radio Days” (1987) e Hollywood Mavericks” (1990). Grande parte da sua carreira seria definida por essa parceria criativa e pessoal com Allen, de quem foi namorada durante vários anos. A sua interpretação de Annie Hall tornou-se um marco do cinema e também da moda, associando-a a um estilo andrógino e irreverente, marcado por gravatas, chapéus e coletes, que inspirou gerações.

Ao longo da sua extensa carreira, Keaton recebeu inúmeros prémios e distinções, incluindo um Óscar, um BAFTA e dois Globos de Ouro, além de nomeações para dois prémios Emmy e um Tony. Foi nomeada ao Óscar por quatro vezes: por Annie Hall” (1977), Reds” (1981), “Duas Irmãs” (1996) e Something’s Gotta Give (2003).

A sua estreia no cinema deu-se em Lovers and Other Strangers” (1970), mas o grande salto veio com “O Padrinho” (1972), de Francis Ford Coppola, onde interpretou Kay Adams. Voltaria ao papel nas duas sequelas da saga, em 1974 e 1990.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Keaton construiu uma filmografia diversa, marcada por atuações memoráveis em À Procura de um Homem (1977), “Crimes do Coração” (1986), Baby Boom (1987), “O Pai da Noiva” (1991), “O Clube das Divorciadas” (1996), “As Filhas de Marvin” (1996), Something’s Gotta Give” (2003), A Joia da Família (2005), Do Jeito Que Elas Querem” (2018), “Hampstead” (2017) e Mack & Rita” (2022).

Keaton também se aventurou na realização, estreando como realizadora com o documentário Heaven” (1987), sobre a possibilidade da vida após a morte. Dirigiu ainda um episódio de Twin Peaks (1991), a comédia Hanging Up” (2000) e diversos videoclipes da cantora Belinda Carlisle.

Fora das câmaras

Fora das câmaras, Diane Keaton manteve uma vida pessoal discreta e independente. Nunca se casou, mas adotou dois filhos — Dexter, em 1996, e Duke, em 2001 —, a quem dedicava grande parte do seu tempo nos últimos anos. Admirada pelo seu espírito livre, Keaton foi também uma defensora da adoção e do empoderamento feminino, tornando-se uma referência para mulheres que escolheram caminhos fora dos modelos tradicionais de família.

Além de atriz e cineasta, era também escritora, fotógrafa e cantora. Publicou os livros de fotografia Reservations” (1980) e Saved” (2022), bem como memórias, entre elas Then Again” (2011), dedicada à sua mãe, e Let’s Just Say It Wasn’t Pretty” (2014).

Amante de arquitetura e design, Keaton era conhecida pelo seu trabalho na restauração de casas históricas em Los Angeles, especialmente nas áreas de Beverly Hills e Pasadena, promovendo a preservação do património arquitetónico da cidade. Também apoiava causas ambientais e fundações de apoio a jovens artistas e mulheres no cinema.