Queer Porto 11 divulga programação completa

Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer está de regresso ao Batalha, Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto e Passos Manuel, para a sua 11.ª edição, entre os dias 4 e 8 de novembro
Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer

Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer está de regresso ao BatalhaCasa Comum da Reitoria da Universidade do Porto e Passos Manuel, para a sua 11.ª edição, entre os dias 4 e 8 de novembro. Com um total de 40 filmes, o festival dá a conhecer a sua programação completa.

Para além das oito ficções e documentários que compõem a Competição Oficial e as oito curtas-metragens portuguesas do Prémio Casa Comum, está de regresso a Resistência Queer, agora como secção fixa do festival. No Panorama, oportunidade para conhecer três ficções recentes do circuito internacional; ao passo em que o Queer Focus, sob o título Nada Mais Queer que a Natureza, prossegue a linha curatorial que o festival tem desenvolvido à volta das Ecologias Queer.

Como Filme de Abertura, é apresentado em estreia portuense “Duas Vezes João Liberada”, de Paula Tomás Marques, e no Encerramento, “Hot Milk”, de Rebecca Lenkiewicz, ambos os títulos vindos da passada edição da Berlinale. Em Sessão Especial, é exibido o documentário português “Outlasting – Living Archives of Older Queers”, de Ana Cristina Santos e Nuno Barbosa.

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Estreado mundialmente em fevereiro passado na Berlinale, na nova secção competitiva Perspectives, a abertura do Queer Porto é feita comDuas Vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques. Feito quase sem apoios, este é também um filme imbuído de um forte sentido de comunidade, trazendo a si um conjunto de artistas e performers trans, como June João (também coargumentista), André Tecedeiro, Jenny Larrue, Alice Azevedo, Caio Amado, Eloísa d’Ascensão ou Tiago Aires Lêdo, que oferecem uma poderosa dimensão identitária e de autoficção a uma obra que é já um marco no cinema português. “Duas Vezes João Liberada” chega às salas de cinema portuguesas em 2026.

“Hot Milk” marca uma astuta estreia na realização de Rebecca Lenkiewicz, dramaturga e argumentista britânica, conhecida pelo seu trabalho de guionista em obras de Pawel Pawlikowski, Sebastián Lelio, Maria Schrader, Steve McQueen e outros.

“Outlasting – Living Archives of Older Queers”, corealizado por Ana Cristina Santos e Nuno Barbosa, deriva do projeto de investigação TRACE – Tracing Queer Citizenship over Time, dedicado à produção de uma análise sobre envelhecimento LGBTQIA+, idadismo e políticas relacionadas com a idade no Sul da Europa. O documentário acompanha assim um conjunto de cidadãos do Centro e Sul da Europa: a sua superação individual, as conquistas legais e culturais das sociedades em que vivem, o futuro que desejam.

O filme é apresentado em estreia absoluta no Queer Porto, em Sessão Especial, e com a presença dos realizadores Ana Cristina Santos (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra) e Nuno Barbosa (Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro).

E em homenagem a Daniel Pinheiro, programador do festival falecido em janeiro último, o Queer Porto dedica-lhe uma Carte Blanche, com quatro filmes que marcaram a sua passagem de dez anos a trabalhar para o Queer Lisboa e Queer Porto.

A 4.ª edição do Prémio Casa Comum do Queer Porto apresenta mais uma vez uma eclética seleção do que de queer foi feito no formato da curta-metragem no cinema nacional em 2025. Em competição apresentam-se quatro filmes produzidos em Portugal e outros quatro em contexto internacional.

Em estreia nacional apresentam-se “O Cemitério de Insetos” de Alex Simões, “Erasure” de Fá Maria e “The Immovable Structure” de Juliana Julieta. Destaque para o documentário “O Cemitério de Insetos”, da artista visual Alex Simões, que aqui se estreia na realização, e para a ficção “Tapete Voador”, terceira curta do realizador e produtor Justin Amorim, com argumento coassinado por Francisco Mira Godinho e cinematografia de Leonor Teles.

júri do Prémio Casa Comum é composto por Anabela Santos, assessora de comunicação de cultura da Universidade do Porto, Jorge Peixoto Freitas, psicólogo clínico e psicoterapeuta, e Telmo Fernandes, ativista e investigador em sociologia e psicologia.

A história do Queer Porto, que teve a sua primeira edição em 2015, é também a história da relação de Daniel Pinheiro com este festival, quando, nesse mesmo ano, assina a curadoria da Festa de Encerramento que teve lugar no Maus Hábitos, chamando a si um eclético elenco de artistas e performers. É no Porto, a cidade do Daniel – onde também veio a falecer em janeiro último –, que o festival lhe dedica uma mais que justa e sentida homenagem, em forma de Carte Blanche.

A escolha desta Carte Blanche parte de uma premissa simples: a de um conjunto de filmes frente aos quais a equipa do festival viu o entusiasmo do Daniel, filmes que discutiram juntos, filmes que deixaram a sua marca enquanto programador do Queer Lisboa e Queer Porto.

O Queer Porto 11 conta, entre outros, com os apoios do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, Câmara Municipal do Porto / Ágora, além de importantes parcerias como as estabelecidas com a FLAD, Embaixada da Espanha, Embaixada da Austrália e Embaixada dos Países Baixos, Acción Cultural Española (AC/E) e as Pousadas da Juventude, entre outras entidades, públicas e privadas.