Morreu, no passado dia 4 de dezembro, o ator e realizador francês, François Leterrier, aos 91 anos. Nasceu a 26 de Maio de 1929, em Margny-lès-Compiègne. Fez os seus estudos, em Filosofia, na Universidade de Paris, onde se tornou um frequentador assíduo do clube de cinema. Porém, a sua participação mais efectiva no mundo do cinema surgiu quando se encontrou com o realizador francês Robert Bresson, enquanto cumpria o serviço militar, em Marrocos. Bresson atribuiu-lhe o papel principal no seu filme “Fugiu um Condenado à Morte” (1956). O filme arrecadou o prémio de melhor realização, no Festival de Cannes, no ano de 1957.
François Truffaut não ficou indiferente ao filme, assumindo ser um filme central para o panorama cinematográfico francês da época, afirmando mesmo, num tom elogioso: «há algo de novo por descobrir na arte dos filmes, algo que gira em torno de “Fugiu um Condenado à Morte”». François Leterrier ganha reconhecimento ao entregar o seu corpo à personagem Fontaine, que contém uma inspiração autobiográfica do realizador, quando foi preso pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.
Após essa colaboração com Bresson, que lhe valeu alguma visibilidade, Leterrier trabalhou ao lado de realizadores como Louis Malle, Etienne Périer e Yves Allégret, enquanto Assistente de Realização. Em 1961, estreia-se como realizador, adaptando para o cinema o romance “A Roda da Fortuna”, do escritor Roger Vailland. Durante a sua carreira, realizou onze filmes para cinema e nove para televisão. Em 1974 actuou, mais uma vez, sob a direcção de Alain Resnais, no filme “Stavisky…”.