O diretor geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, que também é o diretor do Instituto Lumière de Lyon, e o cineasta Bertrand Tavernier, presidente do instituto, publicaram uma carta aberta sobre o futuro do cinema à luz da pandemia da COVID-19, que obrigou as salas de cinema a fecharem e viram vários filmes anteriormente destinados para os cinemas a irem parar às plataformas de streaming.
Frémaux e Tavernier publicaram uma carta para anunciar grandes avanços para o setor de distribuição e exibição da França, para a tradicional rentrée de setembro: “À medida que setembro se aproxima, há todos os motivos para acreditar que com a chegada de novos belos filmes os espectadores também vão voltar”.
“Esta rentrée vai permitir-nos entender melhor as reais perspectivas futuras de exibidores, distribuidores, produtores e cineastas. Essas perspectivas estão nas nossas mãos, nas suas mãos. Apesar das previsões alarmistas, o cinema ainda existe, nunca nos deixou. As plataformas são uma espécie de nova televisão, que convive com o cinema exatamente da mesma forma que a antiga. Esperamos que eles ainda sejam falados em…125 anos, que é a idade em 2020 do cinematógrafo dos irmãos Lumière.”., escreveram eles na carta.
“Desde 1895, que os cinemas nunca fechavam as suas portas. Podemos voltar atrás, vamos aproveitar isso. No nosso (Hangar du Premier-Film ou Cinémas Lumière), como em todos os cinemas de Lyon e França, a segurança sanitária está totalmente garantida. Temos que viver com máscaras? Faremos porque agora elas são aplicadas em todos os lugares. Veremos, portanto, os nossos filmes com máscaras, falaremos deles na rua com máscaras e jantamos com amigos com muito cuidado. E quando dias melhores vierem, lembraremos com carinho que resistimos.”
O instituto está a preparar-se para a 12.ª edição do Festival Lumière, que está previsto acontecer entre 10 e 18 de outubro.
“Hoje, com a aproximação do festival Lumière, do qual em breve anunciaremos o programa e abriremos reservas, queremos expressar o nosso otimismo e as nossas convicções, mostrar a combatividade que teremos de mostrar para recuperar todas as nossas energias e compreender este novo mundo que nos rodeia.”
O complexo do instituto, situado nos locais onde viveram e trabalharam os pioneiros do cinema Auguste e Louis Lumière, é composto por um museu, arquivos, biblioteca e o teatro Hangar du Premier dedicado ao cinema clássico, e ainda três salas de cinema em Lyon, abertas desde o dia 22 de junho.
A carta aberta pode ser lida na integra aqui.