Óscares 2023: Academia Brasileira de Cinema anuncia representante

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Nesta segunda-feira (05/09), a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou o representante brasileiro para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional na 95ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences – Óscares 2023.

Presidida por Bárbara Cariry, a Comissão de Seleção deste ano formada por 19 membros: André Pellenz; Barbara Cariry; Cavi Borges; David França Mendes; Eduardo Ades; Guilherme Fiúza Zenha; Jeferson De; João Daniel Tikhomiroff; João Federici; José Geraldo Couto; Juliana Sakae; Marcelo Serrado; Maria Ceiça de Paula; Patricia Pillar; Petra Costa; Renata Almeida; Talize Sayegh; Waldemar Dalenogare Neto; e Zelito Viana, escolheu o longa-metragem “Marte Um”, de Gabriel Martins para representar o Brasil em uma das categorias mais concorridas da premiação.

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De acordo com Bárbara Cariry, presidente da comissão, a escolha do longa de Martins para representar o Brasil no Oscar 2023 foi uma decisão democrática e importante do júri. O filme trata de afeto e de esperança, da possibilidade de seguir sonhando em meio a tantas dificuldades econômicas e políticas.

Para Cariry, “Marte Um” sintetiza bem o cinema brasileiro, com qualidade narrativa e técnica, que vem sendo realizado hoje, representando a diversidade do país.

 

“Estamos vivendo um momento de muita honra, e muita felicidade, a mim pessoalmente, pela Filmes de Plástico e por toda a equipe do filme, porque estamos abrindo portas e sem dúvida alguma deixando um rastro de esperança e vontade para quem está chegando agora para fazer cinema, em um momento em que podem estar desacreditados de até onde um filme pode chegar. Então essa seleção é o resultado do trabalho de muita gente, e eu acho que esse é o sentimento mais importante, pois MARTE UM definitivamente não é um filme que está caminhando sozinho, é o trabalho de muita gente que quer que esse filme voe longe e é isso que representa para mim o que o cinema brasileiro pode ser, uma força coletiva linda e resistente e que não deixa nunca de sonhar com um futuro lindo para a nossa arte”, declarou o diretor Gabriel Martins.

 

Concorriam também os seguintes longas-metragens: “A Mãe”, de Cristiano Burlan, “A Viagem De Pedro”, de Laís Bodanzky, “Carvão”, de Carolina Markowicz, “Pacificado”, de Paxton Winters e “Paloma”, de Marcelo Gomes. Ao todo, foram 28 longas-metragens inscritos e habilitados a concorrer à vaga e, pela primeira vez, a eleição foi realizada em dois turnos.

 

Representatividade

Pela primeira vez no Brasil um filme de um diretor negro é escolhido para representar o país na maior premiação do cinema mundial. Caso seja indicado, Gabriel Martins será o quarto diretor negro a ter um filme indicado nessa categoria na história do Oscar. Os outros foram: Rachid Bouchareb (indicado por “Days of Glory”, “Dust of Life” e “Outside the Law”), Abderrahmane Sissako (“Timbuktu”) e Ladj Ly (“Les Miserables”).

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Gabriel Martins

Marte Um ser o escolhido para representar o Brasil na esperança de uma nova indicação ao Oscar de Filme Internacional, 25 anos depois de Central do Brasil, parece um desses sonhos impossíveis. Mas acho que essa é a especialidade da Filmes de Plástico”, revelou Thiago Macêdo Correia, da Filmes de Plástico, produtora de Marte Um.

 

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O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. O garoto Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.

O pai, Wellington (Bacurau), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia (“Segunda Chamada”) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Em resumo, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

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Divulgação

Por fim, em sua estreia no Festival de Sundance, “Marte Um” recebeu diversas críticas elogiosas. “É um filme sincero, e profundamente afetivo com seus personagens, […] que procuram encontram um chão em comum, e compartilhar a esperança”, escreveu Jessica Kiang, na Variety. “É um filme vívido, com atuações brilhantes […] aumentando o escopo de representação da cultura preta brasileira”, comentou Jonathan Romney, na ScreenDaily.

 

 

Marte Um já está em cartaz em cinemas do Brasil, com distribuição da Embaúba Filmes, que deve ampliar o número de salas a partir da próxima quinta-feira. O filme foi exibido no Festival de Gramado, onde recebeu o Prémio Especial do Júri, o Prémio do Júri Popular, além de Melhor Roteiro, também assinado por Martins; e Melhor Trilha Musical, de Daniel Simitan.

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