Skip to content

Óscares 2025: Sete dias para a grande noite do Cinema

Estamos a uma semana dos prémios mais importantes dos cinema. Tudo pode acontecer.
oscares 2025 1 1 oscares 2025 1 2

Estamos a uma semana dos prémios mais importantes dos cinema. Mesmo sem todas as polémicas que ocorreram na indústria ao longo desta temporada, 2024 já seria um ano bastante interessante dado que muitas categorias não têm ainda um favorito, o que cria sempre a possibilidade de surpresas. Talvez seja para compensar um ano menos interessante a nível de qualidade das obras.

Felizmente, é nas categorias principais que está todo o interesse dos prémios da Academia. “O Brutalista” foi, durante muito tempo, dado como o favorito, não só para Melhor Filme como também para Melhor Realização. No entanto, depois de vencer o Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria de Drama, o épico de Brady Corbet parece ter perdido gás. Mesmo assim, o realizador acabou por sair premiado dos BAFTA e dos Globos de Ouro. Depois disso, foi Sean Baker – realizador de “Anora” – que ganhou mais destaque, quando saiu premiado dos Critic Choice Awards e dos DGA Awards. Um destes dois deverá sair premiado e qualquer um é merecedor da estatueta dourada.

A corrida para a estatueta de Melhor Ator Principal será entre Adrien Brody, que acaba por replicar a mesma fórmula – e bem! – que usou em “O Pianista” e Timothée Chalamet que encarnou Bob Dylan em “A Complete Unknown”. Existem alguns fatores que podem beneficiar o jovem ator, como a sua extraordinária campanha ao longo dos últimos meses, o filme mais comercial e acessível que protagoniza, ao invés do épico de quase quatro horas protagonizado por Brody e, finalmente, umas das polémicas mais faladas do ano – o uso de inteligência artificial nas vozes dos atores de “The Brutalist” com o intuito de melhorar o sotaque húngaro de alguns membros do elenco (do qual Adrien Brody faz parte). A Academia pode também não querer entregar um segundo Óscar ao veterano e optar por Timothée Chalamet que, a esta altura, já devia contar com uma estatueta na sua estante, pela sua magnífica performance em “Call Me By Your Name” (O Óscar desse ano acabou por ir para Gary Oldman, pela sua performance como Winston Churchill em “Darkest Hour”). Foi nos últimos SAG Awards, que Timothée Chalamet demonstrou a sua grande ambição em se tornar um dos grandes. Ao vencer o Actor (nome do prémio do sindicato de atores) pela sua performance no filme de James Mangold, o ator mencionou Daniel Day Lewis, Marlon Brando e Viola Davis como as suas grandes referências. Parece-me óbvio o potencial. Resta saber se o alcançará com os seus 29 anos.

banner horizontal 2025 5 3
Publicidade

A categoria de Melhor Atriz Principal é ainda mais interessante. A veterana “popcorn actress” (como foi chamada por um produtor), Demi Moore, tem sido conotada como a favorita. A sua performance intensa em “A Substância” eleva-a a um nível nunca antes visto na sua carreira. Este body horror movie conta também com uma nomeação para Melhor Filme e é o grande favorito a ganhar o Óscar de Melhor Maquilhagem – prémio que é muitas vezes dado “em conjunto” com o de melhor performance principal (veja-se os casos de “The Whale” e “Darkest Hour”). Por outro lado, há uma grande comunidade de fãs de Fernanda Torres, que entrega aquela que é, para mim, a melhor performance do ano. No entanto, apesar da excelente campanha que a Sony Pictures tem feito pelo filme brasileiro – tendo conseguido uma nomeação histórica também para Melhor Filme – os filmes estrangeiros não costumam ser reconhecidos nas categorias de acting. Finalmente, Mikey Madison pode sair beneficiada caso “Anora” seja mesmo eleito o Melhor Filme.

Finalmente, a categoria mais empolgante acaba mesmo por ser também a mais importante e tudo aponta para que o Óscar de Melhor Filme seja disputado por “Anora” (vencedor do Palma de Ouro, do PGA e do Critics Choice) e “Conclave” (vencedor do BAFTA e do SAG). Talvez haja alguma hipótese para “O Brutalista” que venceu o Globo de Ouro. Já para “Emilia Pérez”, depois de todas as controvérsias, parece quase impossível (mesmo tendo vencido o Globo de Ouro de Melhor Filme Musical). A ausência de um favorito e a divisão de votos por todos estes candidatos pode acabar por favorecer outros filmes, aparentemente menos “poderosos”, como “Ainda Estou Aqui”, mas isto pode ser apenas o meu desejo irrealista a tentar procurar formas praticamente impossíveis de ver o meu filme favorito a triunfar. As nomeações já são uma vitória.

Assim, ao contrário do ano anterior, em que “Oppenheimer” venceu todos os prémios da temporada, encontramo-nos agora com algumas pistas, mas sem certezas. Aguardemos sete dias.