O realizador foi expulso da Academia em maio de 2018, depois de ter sido acusado de abusos sexuais. Nesse sentido, Roman Polanski recorreu aos tribunais para exigir a sua reintegração na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (a entidade que atribui os Óscares), adiantam vários órgãos de comunicação social norte-americanos. Roman Polanski ameaça, assim, processar a Academia por expulsão e “hipocrisia” MeToo.
O realizador foi expulso “de acordo com o código de conduta”, adoptado em dezembro de 2017 pela Academia, após a expulsão do produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, por acusado de abuso e assédio sexual. As acusações foram feitas cerca de 30 mulheres que trabalham na indústria do cinema, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Lea Seydoux, Judith Godrèche, Ashley Judd, e Rosanna Arquette.
Em França, inclusive, o passado continua a perseguir Polanski e a criar polémica: apelos ao boicote à transmissão televisiva promovidos por grupos de defesa dos direitos das mulheres, uma petição online que contou com já quase 52 mil assinaturas e protestos públicos da ministra francesa encarregue de lutar pela igualdade de género estão entre as reacções à nomeação do cineasta franco-polaco Roman Polanski para a presidência do júri dos Césares, os prémios da indústria de cinema francesa, que foram entregues a 24 de fevereiro numa cerimónia em Paris.
O código de conduta, adoptado em dezembro de 2017, estipula que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”. A direcção passou a poder suspender ou expulsar quem violar o código de conduta ou quem “comprometer a integridade” da Academia de Cinema e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Saliente-se que as acusações de abuso sexual e violação ao realizador franco-polaco Roman Polanski, de 85 anos, remontam à década de 1970.
Roman Polanski venceu em 2003 o Óscar de Melhor Realizador com o filme “O Pianista”. Na altura, não esteve presente porque poderia ser detido nos Estados Unidos, no âmbito do caso de 1977.