O presidente do Festival de Cinema de Veneza, Roberto Cicutto, confirmou esta semana que, apesar da pandemia do coronavírus (Covid-19), a 77.ª edição mantém-se nas datas previstas de 2 a 12 de setembro.
Nos últimos dias, com a confirmação de que o Festival de Cannes já não se iria realizar em junho, surgiram rumores de que os festivais de Cannes e Veneza, velhos rivais, iriam colaborar juntos este ano.
“Com Cannes tudo é possível e tudo pode ser estudado, mas acho desconcertante que Thierry Frémaux diga que continue a ponderar e a planear, mas não diz o que quer fazer”, disse Cicutto.
Em recentes declarações à agência ANSA, Alberto Barbera, o diretor artístico do festival, disse que não excluiu ainda “a possibilidade de uma colaboração real com o Festival de Cannes, que seria um sinal de solidariedade para com o mundo do cinema, que agora está mais do que nunca em dificuldades”.
Barbera disse que ainda estão abertas as negociações com o presidente do festival de Cannes, Thierry Frémaux, e que existe uma “vontade concreta” de ambos os lados para fazer alguma coisa. “Estamos abertos a todas as soluções”, disse Thierry.
Alberto Barbera disse que a 77.ª edição de Veneza, programada para acontecer em setembro, “seria experimental da maneira como se está a desenvolver, já que será o primeiro grande evento de cinema a acontecer desde que a pandemia de Covid-19 começou”.
“Provavelmente haverá máscaras e distanciamento social e, sem dúvida, teremos de reduzir as entradas nos cinemas e até o número de acreditações”, disse ele. “É claro que os filmes italianos vão ter uma certa vantagem, porque os seus elencos poderão assistir com mais facilidade, mas não sou assim tão pessimista e espero que muitos europeus participem.”
Quanto às expectativas para a próxima edição do Festival de Veneza, Cicutto sugeriu que poderia ser um “grande laboratório” e um exemplo de como os outros eventos e salas de cinemas públicos poderiam reabrir.
A atriz australiana Cate Blanchett irá presidir ao Júri da 77.ª edição do Festival de Veneza.