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Welket Bungué apela à mudança da sociedade em filme com Joacine Katar Moreira

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Seleccionado para  71.ª edição do Festival de Cinema de Berlim, na secção paralela Forum Expanded, dedicada ao cinema de artista e multimédia, “Mudança”, um filme-dança do ator e realizador luso-guineense Welket Bungué, com a deputada Joacine Katar Moreira, vai estrear na Berlinale.

Não é a primeira vez que Welket se apresenta em Berlim, mas é a primeira vez enquanto realizador, depois de já ter marcado presença no festival alemão enquanto ator com os filmes “Cartas da Guerra” (2016), de Ivo M. Ferreira, “Joaquim” (2017), de Marcelo Gomes, e “Berlin Alexanderplatz” (2020), de Burhan Quarbani.

“‘Mudança’ foi possível com a reunião de pessoas muito especiais, e por isso devo um agradecimento especial a cada uma delas. Ainda estou a pensar o que significa estarmos selecionados para esta edição da Berlinale, o quanto isso prestigia o nosso trabalho. Vejo a Berlinale enquanto espaço de divulgação de filmes, mas também de discussão de temas prementes como a liberdade humana e artística na contemporaneidade.”, escreveu Welket na sua conta de instagram.

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O “essencial é gerar vida, discurso, compreensão e celebrar a humanidade. Em tempos de pandemia generalizada, originando questões em torno da preservação da democracia, da integridade da saúde pública, e das nossas próprias noções de individualidade, vemo-nos arrastados num processo de mudança. Este é o encontro entre dois pares, o artista Welket Bungué e a deputada Joacine Katar Moreira, questiona-se qual a essência dos seus ofícios, fazendo ressoar um inesperado paradigma de revolução iminente.”, lê-se na sinopse do filme.

Welket Bungué foi um dos convidados do podcast In Mood For Cinema, do Cinema Sétima Arte, apresentado por André Marques, onde falou sobre o seu recente trabalho “Mudança” e sobre o trabalho da sua produtora KUSSA.

“A política é indissociável do trabalho do artista” e “nós somos seres politizados, o que acaba por determinar que nós somos indivíduos políticos (…) e portanto, enquanto artista fazer arte, para mim, prende-se com esse compromisso, de alguma maneira, de através da expressão artística trazer a verdade, a transparência, através de outras perspectivas, através de outras linguagens, que visem contribuir para esse conhecimento (…)”, disse Welket na entrevista ao podcast In Mood For Cinema.

“O humanismo, a bondade, o progresso, que contribua para uma maior democratização de direitos e de um senso de inclusão e de diversidade e de subjectivação também das pessoas, no seu todo, portanto isso são coisas que de facto me importam falar e celebrar. A Joacine Katar Moreira como pessoa representa tudo isso e por isso é que ela é trazida para o filme ‘Mudança'”.

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“Mudança” parte de um desafio proposto pelo Francisco Frazão (diretor artístico do Teatro do Bairro Alto), no qual se pediu uma abordagem artística que coloque em diálogo as atividades dos considerados “trabalhadores essenciais” e dos artistas em geral. Welket encontrou na deputada Joacine Katar Moreira o potencial de “trabalhadora essencial” de que precisava, e pediu-lhe que decorasse dois textos prosa-poesia escritos pelo seu pai, Paulo T. Bungué, originalmente publicados no livro “Cabaró, Djito Tem!” (Lisboa, 1996). O filme faz uso da projeção de pinturas originais criadas pelo artista plástico Nú Barreto, e tem ainda a musicalidade a cargo de Mû Mbana, ambos da Guiné-Bissau.

“Em tempos de pandemia generalizada, questionando a preservação da democracia, a integridade da saúde pública e as nossas próprias noções de individualidade, vemo-nos arrastados por um processo de mudança já em curso. Como pensar um encontro entre um artista e uma deputada, que decidem questionar a essência dos seus ofícios? Em ‘Mudança’ o desafio é fazer com que o artista Welket Bungué e a política Joacine Katar Moreira, fazendo uso das suas capacidades de expressão e comunicação, que se possam questionar física e oralmente com base no entendimento daquilo que é a essência da arte da retórica e da arte da representação, respetivamente.”

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Nascido na Guiné-Bissau (região de Xitole), em 1988, o ator, realizador e performer, artista transdisciplinar, cresceu em Portugal e reside em Berlim, mas trabalha artisticamente ao nível internacional.

Welket é também produtor e fundou em 2017, juntamente com o seu irmão Welsau Bungué, a produtora KUSSA, que significa “a coisa” em crioulo guineense. Sediada em Paris, os irmãos Bungué trabalham juntos na realização e produção de “vídeos institucionais, curtas-metragens e produções de videoclipes de alto nível para empresas e artistas, pretendendo assim ser reconhecidos num mercado competitivo.”

Welket encontra-se também a terminar a escrita do seu primeiro livro “Corpo Periférico”.

 

 

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