Tudo começou em 1977, quando a Walt Disney adaptou pela primeira vez, para o cinema, as aventuras de Winnie the Pooh, de Alan Milne. O filme “The Many Adventures of Winnie the Pooh” tornou-se assim num clássico da Disney. O urso amarelo que adora comer mel tornou-se numa das personagens de ficção infantil mais famosas de sempre. Mas foram precisos 23 anos para que a Disney voltasse a adaptar as histórias do urso amarelo e dos seus amigos do Bosque dos Cem Acres. Neste século a Disney já lançou quatro filmes, “The Tiger Movie” (2000), “Piglet’s Big Movie” (2003), “Pooh’s Heffalump Movie” (2005) e o mais recente “Winnie the Pooh” (2011).
Esta quinta adaptação conta uma história muito simples, tal como a versão de 77. Pooh, como sempre, só pensa em comer, anda sempre com fome. Enquanto procura um pouco de mel pelo Bosque dos Cem Acres encontra um bilhete escrito por Christopher, mas como ele não sabe ler, leva-o ao Mestre Mocho. O Mocho diz-lhes que Christopher foi raptado por um monstro feroz, pelo que todos preparam um plano para caçar o monstro, salvando Christopher. Paralelamente decorre outra história sobre a perda da cauda de Igor. Todos tentam encontrar uma nova cauda para Igor.
Houve a preocupação de dar protagonismo a todas as personagens, todas elas tem momentos bem divertidos, como o Igor e as suas novas caudas, o Tigre e as suas brincadeiras. A história é bastante simples e bonita, muito bem adaptada dos livros de Milne. O filme consegue ser bastante educativo e animado. É narrado, muito bem, por John Cleese que parece um “pai” a ler um livro aos seus filhos, interagindo com as personagens, que passeiam e caem em cima de letras, frases e parágrafos, tornando a história bastante dinâmica e original. Tal como nas versões anteriores, há a preocupação de passar mensagens educativas e importantes na vida, como a amizade, que é muito valorizada nestes filmes. Pooh, que só pensa em comer mel, acaba no fim por preferir ajudar o seu amigo Igor, pondo de lado os pensamentos de comer mel.
A música também é uma parte importante, mas tal como o filme, que é curto (uma hora) são músicas curtas, mas bem conseguidas. O elenco de vozes é composto por, Craig Ferguson, Peter Cullen, Jim Cummings, Wayne Knight, Tom Kenny, Gilbert Gottfried e John Cleese. A banda sonora é da autoria de Hans Zimmer.
Mais uma vez, o desenho à mão prova ser tão agradável como o desenho feito a computador. A Disney fez o mesmo com “A Princesa e o Sapo” (2009), recusou o desenho feito a computador e a moda do 3D. Não iria acrescentar nada à história e iria arruinar a beleza dos extraordinários cenários, da simplicidade do desenho e das cores.
“Winnie the Pooh” não é propriamente um grande filme, mas consegue cumprir o seu objectivo, de forma simples e original. O único senão deste filme é que está fortemente dirigido aos mais novos, tal como as anteriores obras, mas mesmo assim alguns adultos irão certamente gostar da beleza visual e da sua simplicidade, talvez pelo traço tradicional do desenho, que muitos terão saudades de ver. Um filme agradável e divertido para todos, mais um triunfo da Disney, mesmo que não tenha muito sucesso, só pelo desenho e sua bela simplicidade e ingenuidade já é um triunfo.
Realização: Don Hall
Argumento: A.A. Milne
Elenco: Craig Ferguson, Peter Cullen, Jim Cummings, Wayne Knight, Tom Kenny, Gilbert Gottfried, John Cleese
EUA/2011 –Animação
Sinopse: Mais um dia a nascer no pacífico Bosque dos Cem Acres. Esfomeado, Winnie the Pooh sai em busca de um pouco de mel para enganar a fome. Ao encontrar um bilhete de Christopher Robin, o ursinho entra em pânico e, apesar das suas boas intenções, acaba por criar a maior das confusões ao convencer os seus amigos Tigre, Piglet, Rabbit, Owl, Kanga, Roo e Eeyore que Christopher foi raptado por um monstro feroz. Persuadidos que têm de salvar o companheiro em apuros, a luta contra o inimigo imaginário prevê-se muito atribulada … Um filme de animação, realizado por Stephen J. Anderson e Don Hall, numa nova versão das histórias do pequeno urso criado, em 1926, pelo escritor inglês Alan Alexander Milne.