3º Dia
O terceiro dia de Cannes 2011 ficou marcado por “Habemus Papam” de Nanni Moretti, conceituado cineasta italiano que venceu a Palma de Ouro por “O Quarto do Filho” (2001). Moretti estreia o seu novo filme em Cannes, uma comédia sobre a pressão psicológica criada sobre um cardeal para aceitar ser eleito Papa. Moreeti volta a pegar no tema da religião, vinte e seis anos depois de “A Missa Acabou” (1985). O filme tem recebido boas críticas, apesar de não ter o tom irónico habitual na obra do realizador. Nanni Moretti respondeu às críticas que sublinham a falta de fé do seu filme: “Quando me dizem sobre Habemus Papam que não há fé, respondo que sim! Lamento não acreditar em Deus. Mas não se sente no meu olhar a vontade de ir contra aqueles que ficaram profundamente ancorados na fé. Quis contar o meu Vaticano e fazer um filme que não seja denunciador. Não desejei deixar-me condicionar pela actualidade”. Moretti arisca-se a receber uma segunda Palma de Ouro.
Na secção Un Certain Regard o destaque foi o documentário “Arirang”, de Kim Ki-duk, que nos mostra um retrato pesado e tortuoso da vida do realizador sul-coreano. “Arirang” mostra a vida do cineasta que esteve ausente durante três anos. Um filme em forma de jornal, escrito, interpretado, realizado, montado e produzido por ele, sozinho, que também assinou a imagem e o som.
4º Dia
No quarto dia de Cannes 2011, o dia foi mais calmo, no entanto os Piratas das Caraíbas invadiram Cannes e desfilaram na passadeira vermelha alguns actores como Johnny Depp, Penélope Cruz, ou Geoffrey Rush. “Piratas das Caraíbas por Estranhas Marés” de Rob Marshall, estreou em Cannes, atraindo todas as atenções para o filme e a sua equipa.
O realizador sérvio Emir Kusturica recebeu no Café des Palmes, as insígnias de Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra. Emir Kusturica é o presidente do júri da secção Un Certain Regard.
5º Dia
Neste dia, a crítica e o público divide-se entre dois filmes, “Le Gamin au Vélo” dos realizadores belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne e “The Artist” do cineasta francês Michel Hazanavicius. O primeiro, os irmãos Dardenne, que já venceram duas vezes a Palma de Ouro, “Rosetta” (1999) e “A Criança” (2995), fizeram um filme simples sobre as relações pais e filhos. O segundo, é uma aposta arriscada e nostálgica. “The Artist” é um filme mudo em preto e branco que se passa na época dos grandes estúdios de Hollywood, ou seja, a transição do mudo para o cinema sonoro. “The Artist” é uma das grandes surpresas do dia. Ambos os filmes estão em competição e foram bem aceites pela crítica.
Cannes continua a brilhar cinema de qualidade por todos os lados! Aguardamos os próximos dias ansiosamente.