No penúltimo dia de Cannes estrearam os dois ultimos filmes da selecçao oficial, que são também dois dos mais aguardados desta edição: “La Vénus À La Fourrure”, de Roman Polanski, e “Only Lovers Left Alive”, de Jim Jarmusch. O primeiro, o realizador de “O Pianista” (2002), apresentou em competição uma adaptação cinematográfica que regressa aos palcos do teatro, desta vez, da peça de David Ives “Venus in Fur”. Para a revista Sight and Sound, “o filme é excelente, com interpretações de excelência” e para o Indiewire, “Um filme bom, completo e complexo”. Roman Polanski sobre a escolha do francês: “Ainda não tinha feito um filme em francês, era essa a motivação (risos). Ao ler a peça, disse para comigo, eis uma coisa para Emmanuelle, mas para que ela pudesse expressar corretamente a personagem, era preciso que fosse em francês”.
O segundo filme, que obteve elevadas expectativas, marcou o regresso do cineasta Jim Jarmusch à secção competitiva do certame, com o filme “Only Lovers Left Alive”. “É uma história de amor ente dois vampiros, uma reflexão sobre o ser humano. (…) Jarmusch gosta de quebrar os códigos, fugir ao âmbito que rege o cinema popular e essa aspiração colore tanto os seus filmes como as suas personagens, frequentemente desalinhadas”. Jim Jarmusch, a respeito da génese do seu filme: “Tinha o projecto de realizar uma história de amor entre vampiros há já sete anos. Foi difícil financiar e realizar o filme mas Tilda, com quem falei desde o início, nunca abandonou, mesmo quando as coisas se tornavam mais complicadas.”. Para a crítica o filme foi muito bem recebido. Assim, o The Guardian, é salientada “a originalidade do filme como um gênero muito banal. Destaca os seus ares filosóficos e retro-cool, levados pelo melhor de Jarmusch nos últimos anos.”; para a Variety, “a força do filme é a química entre as sensacionais Swinton e Hiddleston. Conclui que é um bom olhar para a paixão eterna.”. Apesar dos elogios ao filme, este não deve vir a ser premiado este domingo.
Neste dia revelaram-se já os vencedores da secção Un Certain Regard (onde estavam em competição 17 filmes de 15 países diferentes e 6 eram primeiros filmes), tendo o documentário autobiográfico, “L’image manquante” do realizador do Camboja, Rithy Panh, vencido o prémio Un Certain Regard do Festival de Cannes 2013. Amanha serão apresentados os restantes vencedores, da selecção oficial.
Secção Un Certain Regard
Prémio Un Certain Regard
L’image manquante, de Rithy Panh
Melhor Realizador
Alain Guiraudie, por L’Inconnu du lac
Prémio do Júri
Omar, de Hany Abu-Assad
Melhor Interpretação
Elenco de La Jaula de Oro, de Diego Quemada-Diez
Prémio do Futuro
Fruitvale Station, de Ryan Coogler