Começa hoje mais um ciclo de projecções-conversa “O Sabor do Cinema”, desta vez abordando a relação do dinheiro com o cinema. “Dizem que voa e abre todas as portas. Que cala a verdade mas fala todas as línguas. Que é o nervo da guerra embora não conheça dono. Que não tem cheiro e não faz a felicidade.”.
Neste Momento XXIV do ciclo de cinema, será possível ver sete filmes, entre os quais de realizadores como Eric von Stroheim, Charles Chaplin, João César Monteiro e Robert Bresson. O ciclo arranca hoje com a curta-metragem “Barres” (1984) do francês Luc Moullet, um filme hilariante que nos lembra “a pertinência da gratuidade dos transportes públicos.”, e com a obra-prima de João César Monteiro, “Recordações da Casa Amarela” (1989), que “(a)presenta-nos os modos pícaros que regem o casamento entre a pelintrice insolente, o desbocado portugal dos pequeninos e o maravilhoso mundo da európia.”.
As sessões realizam-se sempre no Auditório do Museu de Serralves, entre as 16h-19h, com entrada gratuita, mediante levantamento de bilhete na receção de Serralves (os bilhetes são disponibilizados no próprio dia da sessão).
Próximas Sessões:
- “The Idle Class” (1921), de Charles Chaplin
O dinheiro é um veneno que intoxica os indivíduos e falsifica as relações humanas. Charles Chaplin recorda-nos que um vagabundo e um ricaço são feitos da mesma massa.
- “L’Argent” (1983), de Robert Bresson
Robert Bresson demonstra que a circulação do dinheiro e a luta pela sua posse estão intimamente ligadas ao despertar das pulsões criminosas.
01 Dezembro
- “Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço” (1971), de João César Monteiro
O dinheiro catapulta quem o cobiça para a errância sem rumo e para a loucura sem objecto. João César Monteiro assina um primeiro ensaio sobre a condição do solitário obrigado a viver de expedientes, ante-câmara do que viriam a ser, 18 anos mais tarde, as suas «Recordações».
- “O Rio do Douro” (1999), de Paulo Rocha
08 Dezembro
- “Greed” (1924), de Eric von Stroheim