O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) revelou hoje números bastante alarmantes, apesar de previsíveis, na sua newsletter de maio, referente aos primeiros quatro meses deste ano. Entre janeiro e abril de 2013 foram ao cinema apenas 3.548.137 espectadores, ou seja, menos 20% do que em igual período do ano passado. Registou-se menos seis milhões de euros de receita bruta este ano (18.391.399,60€). Ao analisarmos o mês de abril individualmente, apercebemos-nos que este registou a maior quebra em relação ao ano passado, tendo ido ao cinema 666.992 espectadores, menos 50% do que em 2012, que levou 1.325.472 espectadores. Abril em 2013 registou uma receita bruta no valor de 3.492.770,53€, ou seja, menos cerca de quatro milhões de euros que em 2012 (7.329.136,72€). Recordamos que no inicio do ano a Socorama Castello-Lopes encerrou cerca de metade das suas salas de cinema por todo o país (ler artigo aqui), pelo que os resultados desta distribuidora sofreram uma forte quebra, tendo contabilizado este ano 205.052 espectadores. Em igual período do ano passado tinha registado 674.722 espectadores.
No ranking dos filmes nacionais mais vistos do ano, “Comboio Noturno para Lisboa”, de Bille August, mantém uma confortável liderança com cerca de 56 mil espectadores e uma receita bruta de cerca de 295 mil euros. Seguem-se em segundo e terceiro lugares, respectivamente, “Quarta Divisão” com 4.894 espectadores e “O Cônsul de Bordéus” com 3.897 espectadores (estreou em 2012 e foi o quarto filme português mais visto desse ano, com cerca de 50 mil espectadores). “É o Amor” de João Canijo, que estreou a 25 de abril em apenas duas salas do país (Lisboa e Porto), não se percebe bem porque, levou apenas 1.345 espectadores. Até ao momento estrearam apenas cinco filmes portugueses.
É também apresentado um gráfico sobre o número de obras nacionais produzidas entre janeiro e abril de 2013, que foram apenas duas. Estes números representam bem o estado a que este Governo deixou o cinema português, numa quase total paralisação. Começam a ser bem notórios os cortes do Governo ao ICA para 2012, ano esse que foi um dos melhores em termos de estreias nacionais.
Fonte: Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA)