No passado domingo, dia 12, o renomado ator brasileiro Paulo César Pereio faleceu aos 83 anos.
Reconhecido como um dos grandes nomes do cinema nacional, Pereio foi internado em um hospital no Rio de Janeiro durante a madrugada, em estado grave, devido a uma doença hepática avançada que vinha tratando.
A confirmação do falecimento foi dada pelo também ator Stepan Nercessian, que gere o Retiro dos Artistas, onde Pereio vivia desde 2020, através de uma publicação no Instagram.
A ex-mulher do ator, a apresentadora da TV Brasil e atriz Cissa Guimarães, prestou homenagem a Pereio em suas redes sociais. “Te amo e te reverencio imensamente! Obrigada pelos nossos sagrados filhos, obrigada, obrigada, obrigada! Vai na luz, meu companheiro, com todo o meu amor! Salve Paulo César Peréio!!!!!”, escreveu Cissa.
Pereio
Pereio deu início à sua trajetória no cinema em 1964, no filme “Os Fuzis” (assista aqui), sob a realização de Ruy Guerra. Desde então, destacou-se com participações em mais de 60 filmes realizados por renomados cineastas como Glauber Rocha, Arnaldo Jabor, Hugo Carvana e Hector Babenco.
A sua discreta incursão pela televisão foi notada em pelo menos uma dezena de novelas de escritores como Lauro César Muniz, Ivani Ribeiro, Aguinaldo Silva e Walter George Durst.
Além disso, teve participações pontuais em séries e minisséries como “Delegacia de Mulheres” (1990), “Presença de Anita” (2001), “Mandrake” (2005), “Um Menino Muito Maluquinho” (2006) (confira aqui o episódio), “A Grande Família” (2006), “Carga Pesada” (2007) e “Magnífica 70” (2015-2018).
No teatro, o gaúcho destacou-se, com trabalhos memoráveis em peças como “À Espera de Godot”, do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, e “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado, autora brasileira reconhecida pelas suas peças infantis.
Prémios
Entre os prémios recebidos ao longo dos seus 65 anos de carreira estão o troféu Candango de Melhor Ator e o Prémio Saruê pela sua atuação em “Harmada”, em 2003 (assista aqui), e o de Melhor Ator Coadjuvante por “Chuvas de Verão”, em 1978 (assista aqui).
Além disso, deixou a sua marca no Festival de Gramado, onde conquistou o troféu Kikito na categoria de Melhor Ator por “Noite”, em 1985, e o de Melhor Ator Coadjuvante por “As Aventuras Amorosas de um Padeiro”, em 1975.
O rebelde
Celebrizado pela sua participação em filmes de pornochanchada, o ator também se evidenciou como um dos principais expoentes do Cinema Novo, um movimento cinematográfico brasileiro que despontou nos anos 1960 com a missão de conceber um cinema mais veraz e incisivo em relação à sociedade brasileira.
Reputado como um rebelde, ele defendeu apaixonadamente a liberdade de expressão e a crítica social.