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Um ano de Shortcutz Xpress Viseu

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30 sessões, 150 curtas-metragens (entre ficção, documentário e animação), 100 convidados e mais de 2000 pessoas passaram pelo Shortcutz Xpress Viseu. Tudo isto em apenas um ano. O Shortcutz Xpress Viseu vai realizar uma sessão especial do seu primeiro aniversário, que se realizará no Teatro Viriato, em Viseu, no dia 27 de julho (domingo), pelas 16h. Os bilhetes de entrada custam 2€ e já estão disponíveis nas bilheteiras do Teatro. “Prometemos uma sessão fantástica, com alguns convidados especiais, com a presença das outras cidades Shortcutz e com os nomeados e vencedores nas várias categorias em concurso, que serão anunciados durante o evento.”. Para além da revelação dos vencedores das várias categorias em competição, serão exibidas algumas curtas-metragens premiadas e vão estar ainda presentes os representantes das cidades Shortcutz e ainda do Shortcutz NetworkEste evento é organizado pelo Shorcutz Xpress Viseu com promoção e apoio técnico da Câmara Muinicipal de Viseu e o apoio da Só Sabão e do Hotel Moinho de Vento. 

A 19 de julho de 2013, a primeira sessão, Viseu integrou-se oficialmente na família Shortcutz, juntando-se assim a cidades como Porto, Lisboa, Londres, Berlim, Madrid, Barcelona, Dublin e Amesterdão. No entanto, para Viseu o conceito foi adoptado numa versão Xpress, “assumindo-se no contexto nacional e internacional desta rede como o projecto pioneiro nesse formato. Assim, através da mostra/divulgação regular de ideias, projectos e pessoas ligadas ao conceito do “cinema-curto”, o Shortcutz Xpress Viseu pretende assumir-se como uma mais-valia no contexto cultural e artístico da cidade de Viseu. A versão “Xpress” não obriga a uma regularidade semanal, nem à fixação do evento a um determinado local. No entanto, este projecto será levado a cabo com uma periodicidade quinzenal e com uma ‘residência’ fixa que é o espaço “Só Sabão”, fábrica de sabão tradicional em pleno centro histórico de Viseu.”

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O Cinema 7ª Arte (C7A) conversou com os dois responsáveis pelo Shortcutz Xpress Viseu (SXV), Carlos Salvador e Luís Belo:

C7A: Como surge o Shortcutz Xpress Viseu, e quais são as pessoas envolvidas?

SXV: Os responsáveis pelo SXV são o Carlos Salvador e o Luís Belo. A ideia de trazer o SXV para Viseu surgiu há 2 ou 3 anos, quando o Carlos Salvador conheceu o Shortcutz Lisboa, mais precisamente numa sessão em que esteve o Sérgio Graciano com a sua curta “Um Dia Longo”. A paixão pelo conceito ficou desde aí. Para além disso, a formação artística dos dois e o trabalho profissional em ambiente relacionado com a arte também tiveram a sua influência. O fascínio que sentíamos pelo cinema fez o resto e aproximou-nos como dupla nesta aventura.

C7A: O que vos distingue dos outros Shortcutz, para além do nome ‘Xpress’ ?

SXV: O facto de construirmos este Shortcutz numa cidade mais pequena do que as outras cidades da rede, levou à utilização do ‘cognome’ Xpress e também a algumas diferenças de carácter organizativo. A regularidade das sessões foi definida como quinzenal em vez de semanal e as curtas-metragens puderam entrar em competição mesmo na impossibilidade da presença das equipas técnicas. No entanto raramente isso aconteceu: tivemos cerca de 100 convidados ao longo das 30 sessões que já aconteceram. Para além disso, a marca Shortcutz permitiu-nos ser diferentes a outros níveis e, na nossa opinião, só assim faria sentido que nascesse outra cidade nesta rede. Assim, começamos por tentar criar uma identidade própria ao nível da imagem gráfica. Para além disso, criámos algumas secções, como o “Shortcutz Around The World”, em que mostramos curtas estrangeiras ou o “Doc Xpress Viseu” em que projetamos documentários. Decidimos ainda criar uma forma de votação (para as curtas em competição) em que os nossos jurados estão presentes na sessão e ouvem as apresentações dos realizadores. O resto foi surgindo naturalmente: o ambiente criado durante as apresentações, o perfil do público presente, o charme do local onde se realizam as sessões (uma fábrica de sabão no centro histórico da cidade) e até a própria programação que é autónoma e independente das outras cidades.

C7A: Um ano de Shortcutz em Viseu. O que ganhou a cidade e os viseenses?

SXV: A cidade e os viseenses ganharam mais uma oportunidade de acesso à cultura de uma forma regular, programada e estruturada. Existiam algumas (poucas) na cidade, mas nenhuma no centro histórico. É importante que existam oportunidades para que as pessoas possam fazer escolhas. É bom poder escolher e o Shortcutz Xpress Viseu é mais uma escolha possível. Em Viseu existe bastante oferta ao nível do entretenimento, principalmente no Verão, mas a programação cultural não oferece muitas alternativas. Nesse aspecto e na nossa opinião, o SXV foi uma mais-valia para Viseu, quer pela localização, quer pela regularidade e pelo ‘espraiamento’ ao longo do ano.

C7A: Porquê a escolha do espaço Só Sabão para a realização das sessões?

SXV: Experimentamos outros espaços nos 2 primeiros meses de existência do projecto, mas a Só Sabão revelou-se o mais adequado. Possui um charme que outros espaços não têm, está excelentemente localizado, em pleno casco histórico, a pouco metros da Sé de Viseu e oferece boas condições para pequenas sessões de projecção com 50 a 60 pessoas. Com o ‘senão’ já famoso do desconforto dos bancos. Mas prometemos melhorar essa situação. Por outro lado, a Só Sabão mostrou uma vontade enorme em manter o Shortcutz no seu espaço, tratando-nos de forma generosa e exemplar.

C7A: Para a dimensão de uma cidade como Viseu, pode-se dizer que o Shortcutz Xpress Viseu é um projecto de sucesso?

SXV: O sucesso do Shortcutz Xpress Viseu pode medir-se de várias formas. Algumas quantitativas, outras não. Podemos apontar evidências, mas preferimos que outros tirem conclusões. Apresentámos 30 sessões, com cerca de 150 curtas-metragens em screening, tendo estado presentes para apresentar os seus filmes cerca de 100 convidados. A média de pessoas (público) nas sessões foi quase 60, com um perfil muito variável. O facto mais objectivo neste aspecto foi a presença regular de muitos jovens com menos de 18 anos e a fidelização de muitas pessoas que representavam sensivelmente metade dos presentes nas sessões. Vendo de outra forma, o sucesso deveria medir-se pela divulgação alcançada para os filmes curtos que fizeram parte da programação. Afinal é esse o primeiro objectivo: divulgar o cinema curto português (e não só). Também neste contexto ficámos felizes com as estatísticas da nossa página de Facebook, na qual conseguimos uma média de quase 40.000 visualizações por mês e quase 3.700 ‘likes’ desde Julho de 2013. Até porque sempre tentámos alargar o nosso alcance de forma precisa e pertinente, em páginas de cinema ou relacionadas, recebendo muitas vezes deliciosos feedbacks de realizadores ou directores de festivais vindos de muitos países. Estes números são, para nós, motivo de satisfação por percebermos que os nomes dos realizadores e dos filmes foram divulgados, tendo chegado a muitos sítios, em Portugal e no Mundo.

C7A: As vossas sessões tem tido casa cheia. O público é diversificado e sobretudo, fiel. Pode-se dizer que o Shortcutz Xpress Viseu criou novos públicos na cidade?

SXV: Como já referimos antes, uma boa parte do nosso público é fiel. O que não impediu de, em 30 sessões, termos sempre pessoas a ir pela primeira vez. Ou seja, existe ainda caminho para percorrer. E sabe bem perceber isso. De facto, não gostaríamos de ter sempre as mesmas 50 pessoas. Seria bom, mas curto.

C7A: O que esperar do Shortcutz Xpress Viseu nos próximos anos?

SXV: Não entendemos que seja preciso crescer em termos quantitativos, nomeadamente em relação ao público nas sessões. Os nossos objectivos não passam por ter mais gente em cada sessão. Queremos crescer na qualidade técnica das sessões, através de um projector mais recente que permita maior qualidade e possivelmente com uma tela maior. Gostaríamos também de, esporadicamente, conseguir acrescentar às sessões uma oportunidade de formação para o nosso público, aproveitando a vinda a Viseu de tantos convidados. Quanto à qualidade dos filmes em screening nas sessões, objectivamente ela não depende apenas de nós, mas também da oferta do ‘mercado’. No entanto queremos continuar a programar sem cairmos em nenhuma tentação: nem elitismo, nem facilitismo. O facto de algumas curtas estarem agenciadas, não facilita a nossa programação nem permite que se tragam a Viseu todos os filmes curtos que queríamos. É, em algumas situações, um serviço público que fica por fazer, neste caso por falta de capacidade financeira. De uma forma geral, queremos que o projecto ganhe mais raízes e arcaboiço e seja reconhecido pela pertinência e qualidade.

 

Nomeados

Melhor Curta-Metragem

M, de Joana Bartolomeu

The Headless Nun, de Nuno Sá Pessoa

O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado, de Nuno Matos

Breu, de Jerónimo Ribeiro Rocha

Arpeggio, de Hélder Faria

Curiositas, de Paulo Cristovão

Como Tu, de Afonso Oliveira

Branco, de Luís Alves

Bílis Negra, de Nuno Sá Pessoa

Herculano, de Sérgio Graciano

Chico Malha, de Guilherme Gomes e Miguel Reis

Perto, de José Retré

Melhor Realizador

José Retré, Perto

Sérgio Graciano, Herculano

Nuno Sá Pessoa, Bílis Negra

Nuno Matos, O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado

Melhor Ator

Bruno Mateus, O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado

João Craveiro, Bílis Negra

Miguel Borges, Herculano

Sérgio Praia, Perto

Melhor Atriz

Joana de Brito, Chico Malha

Manuela Couto, Perto

Patrícia André, Herculano

Adriana Moniz, Perto De Mais

Melhor Argumento

Bílis Negra, João Craveiro

Chico Malha, Ana Reis, Guilherme Gomes e Miguel Reis

Herculano, Célia Costa e Filipa Poppe

O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado, de Nuno Matos

Melhor Fotografia

Duarte Guedes, A Ceia

Leonor Teles, O Sítio Onde as Raposas Dizem Boa Noite

Rebecka Bolinder, Um Cadáver Chamado Alfredo

Nuno Escudeiro, White Nights

Melhor Edição

Bílis Negra, Nuno Sá Pessoa

Chico Malha, Guilherme Gomes e Miguel Reis

Perto, Manuel Pinto

White Nights, Nuno Escudeiro

 

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