Cannes ’11: Un Certain Regard

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Recordamos hoje a secção Un Certain Regard da 64ª edição de Cannes, que é composta por 21 filmes. Nesta secção é costume encontrarmos muitos realizadores desconhecidos ou pouco conhecidos, o que torna esta secção bastante interessante pois descobre-se um cinema diferente do que estamos habituados a ver. Mas também podemos encontrar alguns cineastas importantes como, Kim Ki-duk, Gus Van Sant, Andreas Dresen e Eric Khoo. Cannes 2011 começa na próxima quarta-feira, dia 11 de Maio e termina no dia 22 de Maio.

 

“Arirang” de Kim Ki-duk – Coreia do Sul

Arirang é uma história na qual Kim Ki-duk desempenha três papéis. Através de Arirang, atravesso uma colina da minha vida. Através de Arirang, tento compreender o Homem, agradeço à natureza e aceito a minha condição actual. Nos dias que correm, entre o mundo dos homens, onde se misturam desejos, o mundo dos fantasmas, cheio de tristeza, e o mundo imaginário, onde se escondem os nossos sonhos, ficamos loucos, sem início nem fim. O que é o afecto, que continua no meu coração e putrifica assim? Por que continua no topo da minha cabeça para questionar as minhas emoções? Por que se esconde no fundo do meu coração para sentir a minha compaixão? Quando não abro o meu coração a alguém, torno-me numa pessoa má e esqueço-o, mas quando lhe abro o meu coração, nunca mais posso deixá-lo partir, como um covarde. Oh Arirang. Sim. Matemo-nos cruelmente no nosso coração até à morte. Hoje também, ao controlar-me, deixo-me invadir pela raiva, ao sorrir, estremeço de ciúmes, ao amar, odeio, ao perdoar, tremo com vontade de matar. Espera. Vou matar-me, eu que me lembro sempre de ti.

 

“Be Omid e Didar” de Mohammad Rasoulof – Irão

Uma família faz o esforço para deixar o Irão

“Bonsai” de Cristian Jimenez – Chile

No final deste filme, Emília morre e Júlio encontra-se sozinho. Na realidade, Júlio já estava sozinho muitos anos antes da morte de Emília. Mas o que importa é que no fim, Emília morre e Júlio não. Júlio vive e Emília não. O resto é apenas ficção.

“Elena” de Andrey Zvyagintsev – Rússia

Elena e Vladimir são um casal de uma certa idade. São oriundos de meios sociais distintos. Vladimir é um homem rico e frio, Elena uma mulher modesta e dócil. Encontraram-se tarde na vida e cada um tem um filho de um casamento anterior. O filho de Elena, desempregado, não consegue assumir os encargos da sua própria família e pede sem cessa dinheiro a sua mãe. A filha de Vladimir é uma rapariga negligente, um pouco boémia, que mantém o seu pai à distância. A seguir a um ataque cardíaco, Vladimir é hospitalizado. Na clínica, ele realiza que poderá morrer dentro em breve. Um momento breve, mas terno, partilhado com a sua filha, leva-o a tomar uma decisão importante: é ela que herdará integralmente a sua fortuna. De regresso a casa, anuncia a sua decisão a Elena. Esta vê, de repente, desmoronar-se a esperança de vir a ajudar financeiramente o seu filho. A mulher tímida e submetida elabora então um plano para oferecer ao seu filho e aos seus netos uma verdadeira oportunidade na vida.

 

“Et Maineteant on Va Ou?”/”Where do we go?” de Nadine Labaki – Líbia 

No caminho que vai dar ao cemitério da aldeia, uma procissão de mulheres de preto enfrenta o calor do sol, apertando contra si as fotografias dos maridos, pais ou filhos. Algumas têm um véu, outras uma cruz, mas todas partilham o mesmo luto, consequência de uma guerra funesta e inútil. Chegado à entrada do cemitério, o cortejo separa-se em dois: um muçulmano, outro cristão. Tendo como pano de fundo um país devastado pela guerra, “ET MAINTENANT ON VA OÙ?” conta a determinação sem falhas de um grupo de mulheres de todas as religiões em protegerem as suas família e a sua aldeia das ameaças exteriores. Dando provas de um grande talento, inventando estratagemas engraçados, unidas por uma amizade incessante, as mulheres terão apenas um objectivo: distrair a atenção dos homens e fazê-los esquecer a sua cólera e a sua diferença. Mas quando os acontecimentos tomarem um rumo trágico, até onde estarão dispostas a ir para evitarem perder os que restam?

“Halt auf Freier Strecke”/”Halt auf freier Strecke” de Andreas Dresen – Alemanha

O médico disse a verdade. O tempo está contado. Porquê eu e porquê agora? Um homem deixa para trás mulher e filhos, pais, amigos, vizinhos e antiga amante, todos os que fizeram parte da sua vida. Cada dia um pequeno adeus. As palavras são cada vez mais raras, mais tempo dura o silêncio. Diante da janela, o ano muda de cor. Morrer, um último trabalho. Não estar sozinho mesmo ficando sozinho, talvez seja bom.

 

“Hors Satan” de Bruno Dumont – França

Nas margens do Canal da Mancha, na Côte d’Opale, perto de um lugarejo, respectivo rio e pântano, vive um tipo estranho que vegeta, caça furtivamente, reza e faz fogueiras. Uma rapariga de uma quinta toma conta dele e alimenta-o. Passam tempo juntos na grande área de dunas e bosques recolhendo-se misteriosamente na margem dos charcos onde vagueia o demónio.

 

“L’exercisce de l’etat”/”The Minister” de Pierre Schoeller – França

O ministro dos Transportes Bertrand Saint-Jean é acordado no meio da noite pelo seu director de gabinete. Um carro caiu numa ravina. Ele vai, não tem outra alternativa. Assim começa a odisseia de um homem de Estado num mundo cada vez mais complexo e hostil. Velocidade, luta de poderes, caos, crise económica… Tudo se encadeia e embate. Uma urgência surge após a outra. A que sacrifícios estão os homens dispostos? Até onde aguentarão num Estado que devora os que o servem?

 

“Les Neiges du Kilimandjaro”/”The Snows of Kilimandjaro” de Robert Guediguian – França

Apesar de ter perdido o emprego, Michel vive feliz com Marie-Claire. Aqueles dois amam-se há trinta anos… Os filhos e os netos preenchem-nos… Têm amigos muito chegados… Estão orgulhos pelos seus combates sindicais e políticos… As suas consciências são tão transparentes como os seus olhares. Esta felicidade vai desmoronar-se juntamente com a sacada da porta perante dois homens armados e mascarados que lhes batem, os amarram, lhes arrancam as alianças e fogem com os cartões de crédito deles. O choque será ainda mais violento quando souberem que esta brutal agressão foi organizada por um dos jovens operários licenciados ao mesmo tempo que Michel, um dos deles… Michel e Marie-Claire vão aperceber-se pouco a pouco que o respectivo agressor, Christophe, só agiu por necessidade. Na verdade, vive sozinho com os dois irmãos mais novos e trata deles de forma admirável, zelando pelos estudos e pela saúde dos mesmos.

 

“Loverboy” de Catalin Mitulescu – Roménia

Luca seduz raparigas e deixa-as nas mãos dos amigos, no porto de Constanta à beira do mar Negro. Mas perante a bela e exuberante Veli, Luca apaixona-se… É Verão nas margens do Danúbio, as raparigas e os rapazes divertem-se ao som de uma música arrebatadora e conduzem até de madrugada. Nunca um primeiro amor terá sido tão perigoso.

 

“Martha Marcy May Marlene” de Sean Durkin – EUA

Depois de ter escapado a uma seita e ao seu carismático líder (John Hawkes), Martha (Elizabeth Olsen) tenta reconstruir-se e reviver uma vida normal. Procura ajuda junto da sua irmã mais velha, Lucy (Sarah Paulson), e do seu cunhado (Hugh Dancy) com quem tinha cortado relações, mas é incapaz de lhes confessar a verdade sobre a sua longa desaparição. Martha está persuadida que a sua antiga seita persegue-a obstinadamente. As recordações que a atormentam transformam-se em paranóia pavorosa e a fronteira entre a realidade e a ilusão embrulha-se pouco a pouco.

 

“Miss Bala” de Gerardo Naranjo – México

In Mexico, a lawless country, Laura, a young aspiring beauty queen finds her dream turned against her when she unwillingly gets involved with a criminal group at war.

“Okhotnik”/”The Hunter” de Bakur Bakuradze – Rússia

Ivan Dounaev é agricultor e levanta-se cedo: tem de alimentar os porcos, verificar a contabilidade, arranjar o tractor, cortar a carne que vai vender no mercado na sua velha furgoneta. Vive com a mulher, a filha adolescente e o filho mais novo. E caça… Um mundo de rotina, até ao dia em que duas novas operárias chegam à quinta: Liouba e Raïa, prisioneiras da colónia penitenciária vizinha. E sem mesmo que Ivan se aperceba, a sua vida vai começar a mudar.

“Oslo, 31. August”/”Oslo, August 31st” Joachim Trier – Noruega

Anders está em via de concluir um tratamento num centro de desintoxicação, situado no campo. Uma manhã, é autorizado a ir até à cidade para passar uma entrevista profissional. Aproveitando a ocasião dessa permissão, erra na cidade, encontrando-se com pessoas que não viu desde há muito tempo. Com 34 anos, inteligente, bonito rapaz, de boa família, Anders está profundamente angustiado pelas oportunidades que perdeu, as pessoas que decepcionou. Continua a ser jovem, mas tem a sensação que a sua vida já acabou. O dia avança, uma longa noite depara-se-lhe: os erros do passado vão suscitar pensamentos sobre a possibilidade do amor, de uma nova vida, e a esperança de imaginar um futuro desde o momento presente até à manhã do dia seguinte.

“Restless” de Gus Van Sant – EUA

Apesar de se encontrar em fase terminal de cancro, a jovem e bonita Annabel Cotton (Mia Wasikowska) ama profundamente a vida e a natureza. Por seu lado, Enoch Brae (Henry Hopper) cessou de querer pertencer a este mundo desde que os seus pais morreram num acidente trágico. Quando estes dois seres, raros, se encontram num enterro, descobrem pontos comuns surpreendentes entre eles. Para Enoch, cujo melhor amigo é o espectro de um piloto de guerra kamikaze, e Annabel, totalmente fascinada por Charles Darwin e pela vida de qualquer criatura, é o começo de uma relação excepcional. Informado da morte iminente de Annabel, Enoch propõe-se ajudá-la a viver os seus últimos dias, intensamente, a ponto de desafiar o destino, as tradições e a própria morte. Contrárias a este amor singular que cresce, as realidades do mundo apanham-nos. Audaciosos, pueris e únicos, Enoch e Annabel confrontam-se corajosamente ao destino. Lutando contra a dor, a cólera e o sentimento de perda com o entusiasmo inato da juventude, esses dois jovens conseguem mudar o curso das coisas e impor as suas próprias regras de jogo. A viagem de ambos bate-se, portanto, a marcha inexorável do tempo: cada vez mais insistente, a morte vem reclamar Annabel… Realizado par Gus Van Sant, RESTLESS leva-nos ao âmago da comovedora história de Annabel e de Enoch, cujo paroxismo será a aceitação de eles próprios. Os laços que mantêm com os seus amigos, as respectivas famílias e entre eles lhes ensinarão a maior de todas as verdades: cada fim engendra o seu próprio renascimento, e o amor é imortal.

“Skoonheid”/”Beauty” de Oliver Hermanus – África do Sul

François leva uma vida bem comportada em Bloemfontein, na África do Sul. Pai de duas meninas e marido atento, François é apanhado por um encontro fortuito que revoluciona a sua existência limpa e perfeitamente ordenada. Christian, 23 anos, é filho de um velho amigo perdido de vista. Segundo o parecer de todos, ele é a perfeita encarnação do rapaz bonitão em plena juventude. François fica secretamente desarmado, consumido por uma paixão devoradora e uma avidez impugnável. Ele, que passara a sua vida a comprazer-se no desdém de si próprio, deixa enfim sair as emoções contidas até aí, tentando desesperadamente obter da vida o que sempre desejou: a felicidade.

“Tatsumi” de Singapore, Eric Khoo – Singapura

TATSUMI comemora a obra e a vida do mangaká (cartunista) japonês Yoshihiro Tatsumi. No Japão ocupado, imediatamente após a guerra, a paixão do jovem Tatsumi pela banda desenhada acabará por se tornar o meio de ajudar a sua família necessitada. Publicado desde a sua adolescência, o seu encontro com o seu ídolo, Osamu Tezuka, o famoso mangaká comparado a Disney, será uma fonte de inspiração suplementar. Apesar de um sucesso sem falha, Tatsumi constatará que o mangá que oferece unicamente histórias e desenhos pouco desenvolvidos às crianças. Em 1957, inventa o termo gekiga (literalmente «imagens dramáticas», desenvolvendo assim uma nova forma de mangá, destinada a um público adulto. De género realista e tenebroso, a obra de Tatsumi ataca os aspectos mais trágicos da vida.

“The Day He Arrives” de Hong Sang-soo – Coreia do Sul

Ao chegar a Seoul, Sungjoon tenta em vão chamar o seu amigo que habita no bairro Bukchon. Passeando-se nesse bairro, encontra por acaso uma actriz conhecida. Eles trocam novidades e em seguida separam-se. Num bar de Insadong, onde Seongjun, só, passa beber uns copos, alguns estudantes de cinema propõem-lhe que se junte a eles. Antigamente, Sungjoon era realizador. Bêbado, dirige-se até ao apartamento da sua antiga namorada. No dia a seguir, ou num dia indeterminável, volta a passear-se no mesmo bairro, encontra uma actriz de que se separa a seguir. Acompanhado do seu amigo e de uma jovem professora, entra num bar, ‘Roman’, cuja patroa se parece imenso com a sua antiga namorada. Sungjoon toca piano para a patroa. No dia a seguir, ou num dia indeterminável, Sungjoon e o seu amigo passeiam-se no pátio de uma biblioteca: Sungjoon conta as suas recordações da rapariga que encontrara nesse sítio e que seguira. À noite, vão ambos tomar umas bebidas com um actor reformado, retornado do Vietname. Os três juntam-se à jovem professora e dirigem-se todos até ao bar Roman. Sob o efeito do álcool, Sungjoon acaba por beijar a patroa. Sungjoon poderia ter passado vários dias em Seoul, ou passar apenas um dia. Teria tirado uma lição do reencontro com a sua antiga namorada, ou recomeçar com a mulher que se parece tanto com a antiga. Mas não tem outra escolha que viver o tempo presente.

 

“The Murderer”/”The Yellow Sea” de Na Hong-jin – Coreia do Sul

Sinopse Fronteira entre a Rússia, a China e a Coreia do Norte. Cheio de dívidas, próximo da miséria, um homem aceita um contrato para assassinar alguém. É o seu último recurso para prover às necessidades da sua família. Pouco sabe sobre o seu alvo. Mas nunca imaginou a sucessão de acontecimentos que iriam ocorrer.

“Toomelah” de Ivan Sen – Austrália

Numa comunidade aborígene retirada, Daniel, de 10 anos, aspira tornar-se “gangster”. Um pouco como todos aqueles homens que lhe servem de modelos. Falta às aulas, provoca brigas e faz servicinhos a Linden, dealer e chefe do gang local. Pouco a pouco, Daniel torna-se no que deseja. Tudo muda quando um dealer rival sai da prisão e se dão violentos confrontos. Linden e o seu gang encontram-se na prisão, quanto a Daniel, de repente está só e vulnerável. Escolherá um melhor futuro?

“Trabalhar cansa”/”Hard Work” de Juliana Rojas e Marco Dutra – Brasil

Helena, jovem doméstica, decide montar o seu primeiro negócio: uma mercearia de bairro. Contrata então Paula para tratar da filha e da casa. Mas quando Otávio, o marido de Helena, fica desempregado, as relações entre as três personagens mudam de repente. Acontecimentos inquietantes começam então a ameaçar o comércio de Helena

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