O Cinema 7ª Arte participou este ano activamente na realização da 10ª edição do ÈCU – Festival Europeu de Cinema Independente e após uma semana desde que o ÉCU anunciou os seus vencedores para este ano não posso deixar de dar a minha opinião sobre o Festival. O ÉCU proporciona não só uma plataforma bem organizada onde o cineasta independente pode exibir o seu trabalho, como também proporciona uma boa experiência de formação com as suas palestras e workshops onde se podem trocar experiências e ideias com outros cineastas vindos de várias partes do globo. É um festival mais virado para o cineasta do que para o espectador, onde a participação deste é valorizada não só com a projecção do seu filme mas com a sua presença de forma a poder expôr as ideias por detrás da obra, como conseguiu produzir o filme, problemas que tiveram que ser ultrapassados e todo um outro grupo de assuntos que são sempre interessantes de debater. Isso não significa no entanto que o “mero espectador” não possa desfrutar do festival, pelo contrário, a afluência do público parisiense ás sessões , inclusive as de curtas-metragens foi bastante positiva e até surpreendente, o que me deixa sempre satisfeito.
Da lista de filmes vencedores, que pode ser vista aqui, destaco filmes como “Sophie at the Races” do irlandês Alan Friel e “Catching Fireflies” do americano Lee Whittaker, ambos os filmes sobre como é crescer numa família partida e desafortunada e que apesar de feitos em diferentes cantos do mundo mostram como certos valores são universais, para além de terem ambos excelentes cinematografias.
Deixo também notas de atenção para “Pseudonym”, o filme de terror/suspense francês de Thierry Sebban que nada fica a dever aos grandes investimentos cinematográficos de Hollywood. Este filme já tinha aliás ganho o prémio da critica no Fantasporto e mais uma vez ganhou a atenção da audiência de um festival.
Por último deixo a menção ao filme luso-descendente “Exit Road” de Yuri Alves que apesar de alguns erros técnicos (talvez problemas de projecção) foi também uma boa experiência e dá um exemplo daquilo que os portugueses estão a fazer lá fora.
O ÉCU acaba por mostrar que o Cinema independente está bem, recomenda-se e tem público, portanto só falta mesmo é continuar a fazê-lo A esperança agora é de voltar a este festival no próximo ano mas desta vez com alguns trabalhos portugueses em competição, sejam eles longas, curtas, video-clips ou outra forma qualquer de expressão cinematográfica.