Muita gente já viu o seu trabalho.Pouca gente o conhece. São Ainda mais poucos os que o reconhecem e apreciam, mas senhoras e senhores, Banksy chegou aos cinemas!!! (ou pelo menos ás prateleiras dos Blu-ray/DVD’s).
“Exit throught the gift shop” é o primeiro filme do artista inglês Banksy, mais conhecido pelas suas famosas ratazanas pintadas por paredes de todo o mundo. O filme é-nos apresentado como um documentário, porém, é difícil não suspeitar logo desde o principio se isto não será apenas mais uma piada do rebelde artista de rua.
O filme segue parte da vida de thierry Guetta; e a história deste senhor Guetta é muito simples: Imigrado em LosAngeles, nos Estados Unidos, este francês dono de uma loja de roupa, vive toda a sua vida em função da sua câmara de filmar. Para onde ele for a câmara vaia trás, sempre com o botão do “Rec” premido. Eventualmente numa visita á sua terra natal Thierry descobre que um dos seus primos tem como passatempo a criação de mosaicos com figuras do mítico jogo “Space Invaders” que depois de acabados são colados nas ruas de Paris. O primo de Thierry é nada mais nada menos que o agora internacionalmente famoso Invader. Ao seguir o seu primo pelas ruas de Paris e Los Angeles, Thierry trava conhecimentos com outros artistas de rua e passa a documentar todas as suas intervenções. Estas aventuras acabam por leva-lo a cruzar-se com Banksy e os dois tornam-se inseparáveis, complementando-se um ao outro; Banksy cria, Guetta grava para a posteridade. Mas quando Guetta tenta juntar todos os seus vídeos de forma a criar um documentário o resultado é desastroso e Banksy incentiva o seu amigo a por a câmara de lado e a dar mais atenção aos stencils e ás latas de tinta. Nasce assim Mr. Brainwash, o alterego artístico de Guetta.
De forma surreal e quase anedótica vemos Thierry Guetta, perdão, Mr Brainwash, copiar aquilo que viu ao longo dos seus anos a seguir os variados e talentosos artistas pelas ruas das mais diversas cidades do mundo, plenamente convencido que a sua criação não só é totalmente original como cheia de profundidade intelectual. Ele é aliás tão convencido na pureza da sua obra que o público acaba por ser atraído, comprando-lhe mais de um milhão de dólares em arte logo na primeira exposição e elogiando Mr. Brainwash da mesma forma que elogiam Banksy ou mesmo Andy Warhol.
Todas estas acções, do inicio ao fim, são acompanhadas pela narração quase poética do actor Rhys Ifans e da voz distorcida de banksy que nos vai dando os seus juízos de valor sobre os diferentes estágios do seu amigo.
Tudo isto é mostrado através de imagens retiradas do arquivo de Guetta onde constam milhares de horas de cassetes e cassetes e mais cassetes de vídeo. A simplicidade amadora da filmagem apenas acrescenta mais realismo ao filme o que quer queiramos quer não faz-nos pensar sobre o que realmente se pode considerar arte, quais os seus limites e ainda se num cosmos onde a arte não tem qualquer tipo de regras no que toca a criação, quem somos nós para colocar estas perguntas, entrando numa espécie de loop bizarro e confuso. Mesmo ao estilo de Banksy. (conhecer a obra do realizador ajuda bastante a perceber a ideia do filme)
É um filme/documentário facilmente recomendável a todos aqueles que se interessam pelas artes plásticas ou pelo grafitti como forma de arte e para todos aqueles que gostam de cinema e precisam de algo diferente para variar um bocado, sem ser preciso recorrer aos filmes de fim de semana da sic.
Realização: Banksy
Argumento: Banksy
Elenco: Banksy
EUA/2009 – Documentário
Sinopse: Documentário assinado pelo mítico artista de rua Banksy, que traça a história de um movimento, a street culture. O documentário segue vários artistas, alguns dos quais considerados hoje estrelas, entre os quais o próprio Banksy que apesar do anonimato é um dos mais famosos artistas britânicos, ao mesmo tempo que perspectiva o valor da arte e o que é ou não considerado autêntico hoje em dia.