A Academia Portuguesa de Cinema seleccionou o filme “Grand Tour”, de Miguel Gomes, para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano no Prémio Grande Otelo do Cinema Brasileiro 2025, promovido pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais.
Exibida em mais de 40 festivais e mostras de cinema, a produção de Gomes foi distinguida com o prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes.
Além disso, foi a escolha da Academia Portuguesa de Cinema para representar Portugal na corrida ao Óscar de Melhor Filme Internacional 2025, edição na qual o drama brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi consagrado vencedor. 
“Grand Tour” também foi submetido aos prémios Goya, em Espanha, mas não obteve nomeação, e esteve entre as 29 primeiras obras seleccionadas para os Prémios do Cinema Europeu.
O Prémio Grande Otelo, a mais importante distinção do sector audiovisual no Brasil, reconhece a excelência técnica e artística das produções cinematográficas e televisivas, ao mesmo tempo que fomenta a interacção entre os profissionais da indústria.
A data da cerimónia de entrega dos prémios, onde os vencedores serão revelados, ainda não foi divulgada.
Grand Tour
Realizado por Miguel Gomes e produzido pela Uma Pedra no Sapato, “Grand Tour” retrata a história de Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do Império Britânico, em Rangum, Birmânia, no ano de 1918. No dia da chegada da sua noiva Molly (Crista Alfaiate) para o casamento, Edward foge, dando início a uma jornada pela Ásia onde o pânico cede lugar à melancolia.
Durante a viagem, ele reflete sobre o vazio da sua existência e questiona o que terá acontecido a Molly. Determinada a casar-se, Molly decide seguir o rasto de Edward neste “Grand Tour” asiático.
Nayola
Em 2024, “Nayola”, animação de José Miguel Ribeiro, representou Portugal na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano no Prémio Grande Otelo do Cinema Brasileiro.
A história de “Nayola” foi escrita por Virgílio Almeida e baseia-se na peça teatral “A Caixa Preta”, do vencedor do Prémio Nobel de Literatura, Mia Couto, e de José Eduardo Agualusa.
A trama centra-se em Nayola e na sua busca pelo marido, dado como desaparecido em combate durante a Guerra Civil de Angola. À medida que avança nessa busca, três personagens acabam por se cruzar de forma inesperada, ligadas por um destino comum, no meio dos horrores de um conflito que se prolongou de 1975 a 2002.
Prémio Grande Otelo
O Prémio Grande Otelo é atribuído anualmente pela Academia Brasileira de Cinema com o propósito de reconhecer os melhores filmes e séries produzidos no Brasil, destacando a excelência dos profissionais que actuam em diversas áreas da indústria cinematográfica.
Para serem elegíveis, as produções inscritas devem cumprir critérios específicos. Caso a estreia esteja prevista para depois do período de inscrições, que decorre entre 1 de Março e 30 de Abril, é necessário apresentar uma carta de compromisso da distribuidora ou do canal exibidor, garantindo o lançamento dentro do prazo aceite pela Academia.
Os filmes de longa-metragem de ficção e animação devem ter a sua primeira exibição pública em salas de cinema, de forma comercial, ou seja, com retorno financeiro para o produtor e o exibidor, durante pelo menos uma semana consecutiva numa praça brasileira.
Já os documentários podem ter a sua primeira janela de exibição em plataformas de streaming ou na televisão, seja em canal aberto ou por assinatura, mas, ainda assim, devem cumprir a exigência de exibição comercial em salas de cinema por, no mínimo, uma semana em pelo menos uma praça do país.
Além disso, todos os nomeados nas categorias técnicas devem ser pessoas físicas. O prémio de Melhor Som distinguirá o conjunto de profissionais responsáveis por Som Directo, Edição Sonora e Mistura de um mesmo filme.
No caso das animações, a Academia não considera a interpretação de voz uma categoria elegível para nomeação.
