Na tarde de ontem (3), foram revelados os vencedores da 90.ª edição dos New York Film Critics Circle Awards (NYFCC). Considerada uma das premiações mais relevantes da temporada, o evento, organizado anualmente pelos críticos nova-iorquinos, é visto como um importante indicador para os Óscares, dado o seu histórico de antecipar tendências na corrida pelas estatuetas.
Na edição passada, por exemplo, os épicos “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, e “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, foram os grandes protagonistas, levando os principais prémios e apontando tendências para os Óscares.
Contudo, as previsões não se concretizaram por completo. Embora “Assassinos da Lua das Flores” tenha sido nomeado Melhor Filme e Lily Gladstone tenha vencido na categoria de Melhor Atriz, esses galardões não se repetiram na cerimónia da Academia.
Por outro lado, Christopher Nolan, vencedor do prémio de Melhor Realizador no NYFCC por “Oppenheimer”, manteve-se no topo e levou o mesmo galardão nos Óscares meses depois.
A edição passada também marcou uma das primeiras vitórias de Da’Vine Joy Randolph pela sua interpretação em “Os Excluídos”, de Alexander Payne, sendo mais tarde reconhecida como Melhor Atriz Secundária nos Óscares.
Destaques
Na edição deste ano, “The Brutalist”, de Brady Corbet, destacou-se ao conquistar os prémios de Melhor Filme e Melhor Ator, este último atribuído a Adrien Brody. A interpretação de Brody tem sido considerada a sua melhor desde “O Pianista” (2002), de Roman Polanski, filme que o consagrou como o mais jovem vencedor do Óscar de Melhor Ator.
Outro grande destaque foi o drama histórico “Nickel Boys”, que marcou a estreia de RaMell Ross na realização, rendendo-lhe o prémio de Melhor Realizador, além de Melhor Fotografia para Jomo Fray.
Sean S. Baker foi premiado com Melhor Argumento pelo seu trabalho em “Anora”.
“A Real Pain”, de Jesse Eisenberg, garantiu a Kieran Culkin o prémio de Melhor Ator Secundário.
Por sua vez, Carol Kane recebeu o prémio de Melhor Atriz Secundária pela sua performance em “Between the Temples”, de Nathan Silver.
No segmento internacional, “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, representante brasileiro na corrida aos Óscares, não foi premiado. O galardão de Melhor Filme Internacional ficou com “All We Imagine as Light”, de Payal Kapadia, uma produção indiana que, curiosamente, não foi selecionada como representante oficial do país para os Óscares.
A grande surpresa da tarde veio com o prémio de Melhor Atriz, conquistado por Marianne Jean-Baptiste, cuja atuação em “Hard Truths”, de Mike Leigh, consolida a sua ascensão nesta temporada de prémios.
Vencedores
Melhor Filme
The Brutalist
Melhor Realização
RaMell Ross por Nickel Boys
Melhor Ator
Adrien Brody por The Brutalist
Melhor Atriz
Marianne Jean-Baptiste por Hard Truths
Melhor Ator Secundário
Kieran Culkin por A Real Pain
Melhor Atriz Secundária
Carol Kane por Between the Temples
Melhor Animação
Flow, de Gints Zilbalodis
Melhor Fotografia
Nickel Boys
Melhor Argumento
Anora, de Sean S. Baker
Melhor Documentário
No Other Land, de Yuval Abraham, Basel Adra, Rachel Szor e Hamdan Ballal
Melhor Filme Internacional
All We Imagine as Light, de Payal Kapadia (Índia)
Melhor Primeiro Filme
Janet Planet, de Annie Baker