A honra de uma nomeação aos Óscares é uma das mais altas que uma pessoa pode receber em Hollywood. Ainda assim, muitos atores talentosos ainda não receberam a distinção, apesar de uma infinidade de papéis e desempenhos ao longo de várias décadas.
De veteranos como Jeff Daniels e Meg Ryan, a estrelas consagradas como Oscar Isaac e John Goodman, aos atores subestimados Idris Elba; Donald Sutherland; Patricia Clarkson; Steve Buscemi; Paul Dano; Guy Pearce; Jeffrey Wright; Jennifer Garner; Paul Dano; Zoe Kazan; Emma Watson; Billy Crudup; Robin Wright; Peter Dinklage; Mia Farrow, entre muitos que ainda buscam a glória da Academia.
Por outro lado, outros atores talentosos já garantiram nomeações em categorias não atuantes do Óscar que os impediriam de aparecer nesta lista, como Bradley Cooper (nove vezes nomeado aos Óscares: 4 vezes por melhor filme, 3 como melhor ator, uma como melhor ator secundário e uma por melhor argumento adaptado); Julie Delpy (duas vezes nomeada a argumento adaptado por “Antes do Anoitecer” (“Antes do Pôr do Sol”, no Brasil) em 2004 e “Antes da Meia-Noite” em 2013); Jeff Goldblum (nomeado à curta-metragem de imagem real, por “Little Surprises”, em 1996); Ben Affleck (ganhador de dois Óscares, melhor filme por “Argo”, em 2013, e melhor argumento original por “O Bom Rebelde” (“Gênio Indomável”, no Brasil), em 1998 – escrito em conjunto com Matt Damon e Owen Wilson (nomeado a argumento original por “Os Tenenbaums – Uma Comédia Genial” (“Os Excêntricos Tenenbaums”, no Brasil) em 2001 – escrito em conjunto com Wes Anderson).
Nesse ínterim, o conjunto de nomeação para atuação deste ano inclui 16 nomeados pela primeira vez: Austin Butler (“Elvis”); Colin Farrell (“The Banshees of Inisherin”); Brendan Fraser (“The Whale”); Paul Mescal (“Aftersun”); Bill Nighy (“Living”); Ana de Armas (“Blonde”); Andrea Riseborough (“To Leslie”); Michelle Yeoh (“Everything Everywhere All at Once”); Brendan Gleeson (“The Banshees of Inisherin”); Brian Tyree Henry (“Causeway”); Barry Keoghan (“The Banshees of Inisherin”); Ke Huy Quan (“Everything Everywhere All at Once”); Hong Chau (“The Whale”); Kerry Condon (“The Banshees of Inisherin”); Jamie Lee Curtis (“Everything Everywhere All at Once”) e Stephanie Hsu (“Everything Everywhere All at Once”).
Vocês teriam visto alguns deles nesta lista se a Academia não tivesse finalmente chegado a eles – especialmente, Gleeson, Farrell, Nighy, Yeoh e Lee Curtis.
Em função disso, já ansiosos pela 95ª edição dos Óscares, que vai ao ar em 12 de março de 2023, o Cinema Sétima Arte resolveu listar atores que deveriam ter recebido pelo menos uma nomeação aos Óscares até este momento da sua carreira.
Confira a nossa seleção:
Peter Dinklage
Apesar de ser conhecido globalmente pelo personagem Tyrion Lannister na série de Game of Thrones, da HBO, Dinklage é o tipo de ator que brilha em qualquer formato cênico. Peter é um ator observador, sensível e minimalista em seus trabalhos, sempre primoroso o norte-americano realça qualquer produção em que esteja no elenco.
Dentre seus 82 créditos, podemos destacar: “Às Crónicas de Nárnia: Príncipe Caspian” (2008), de Andrew Adamson; “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (2014), de Bryan Singer; “O Que Fazer?” (2014), de Phil Alden Robinson; “Pixels” (2015), de Chris Columbus, “Três Cartazes à Beira da Estrada” (2017) (“Três Anúncios Para Um Crime”, no Brasil), de Martin McDonagh e “Três Cristos” (2017), de Jon Avnet. E, é claro, o altamente elogiado “Cyrano” (2021), de Joe Wright – Ao qual merecia ter sido nomeado ao Óscar de melhor ator em 2022.
Michael Gambon
Com uma carreira prolífica no teatro, Sir Michael Gambon ficou conhecido mundialmente por interpretar o enigmático e magnânimo professor Alvo Dumbledore, a partir de “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, terceiro longa-metragem da série bilionária Harry Potter, após a morte do icónico Richard Harris, que interpretou o personagem nos dois primeiros filmes: “Pedra Filosofal” e “Câmara do Segredos” (“Câmara Secreta”, no Brasil), respectivamente. Na série, Gambon teve um debut sensacional em “Prisioneiro de Azkaban”, destacou-se em “Ordem da Fénix” – juntamente com Imelda Staunton, e marcou “Príncipe Misterioso” (“Enigma do Príncipe, no Brasil) com seu Dumbledore recluso, melancólico, depressivo e saudosista – sua atuação mais dramática na franquia.
Além da franquia, o irlandês teve participações marcantes em “O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante” (1989), de Peter Greenaway; “Gosford Park” (“Assassinato em Gosford”, no Brasil) (2002), de Robert Altman; “Pacto de Justiça” (2003), de Kevin Costner; “Um Peixe Fora de Água” (“A Vida Marinha com Steve Zissou”, no Brasil) (2005), de Wes Anderson; “O Fantástico Senhor Raposo” (2009), de Wes Anderson; “O Discurso do Rei” (2010), de Tom Hooper; “O Livro de Eli” (2010), de Albert e Allen Hughes; “O Quarteto” (2012), de Dustin Hoffman; “Paddington” (“As Aventuras de Paddington”, no Brasil) (2014), de Paul King; “Vitória & Abdul” (2017), de Stephen Frears e “Judy” (“Judy: Muito Além do Arco-Íris”, no Brasil) (2020), de Rupert Goold – seu último trabalho antes da aposentadoria.
Jennifer Garner
Garner alcançou o estrelato nos anos 2000 através de comédias românticas como “De Repente, Já nos 30!” (“De Repente 30”, no Brasil), de Gary Winick – seu filme mais lembrado; ” Surpresas da vida” (“Pegar e Largar”, no Brasil) (2007), de Susannah Grant, “As Minhas Adoráveis Ex-Namoradas” (2009), de Mark Stephen Waters e “Dia dos Namorados” (“Idas e Vindas do Amor”) (2010), de Garry Marshall.
Porém, ao longo dos anos, a norte-americana provou ser uma esplendida atriz dramática. Sua veia dramática encontrou destaque nos sucessos de crítica: “Juno” (2007), de Jason Reitman e “O Clube de Dallas” (“Clube de Compras Dallas, no Brasil) (2013), de Jean-Marc Vallée – papel ao qual merecia ter sido nomeada ao Óscar de melhor atriz secundária; e no cristão “O Nosso Milagre” (“Milagres do Paraíso”, no Brasil) (2016), de Patricia Riggen.
Michael Sthulbarg
Stuhlbarg é um protagonista fantástico quando tem a oportunidade, demonstrado pelo seu trabalho em “Um Homem Sério”, dos irmãos Coen, pelo qual foi reconhecido pelo Globo de Ouro. Muitos dizem que ele fez uma performance dupla no mínimo tempo que teve em “Chama-me Pelo Teu Nome” (“Me Chame Pelo Seu Nome”, no Brasil), algo que ressoou desde então.
Alfred Molina
Ele teve uma carreira de adoração e respeito que pode ser comparada a nomes como Mark Rylance (“A Ponte dos Espiões”) e Ciarán Hinds (“Belfast”), ambos os quais o Oscar encontrou espaço para reconhecer. Não é como se não houvesse ampla oportunidade com voltas magnânimas como Diego Rivera no seu papel indicado ao SAG em “Frida” (que rendeu a Salma Hayek uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz) ou seu diabólico Doutor Octavius no “Homem-Aranha 2”, estrelado por Tobey Maguire, James Franco e Kirsten Dust.
Um dos caminhos mais claros para o reconhecimento foi em 2009, ao lado de Carey Mulligan no drama de Lone Scherfig, que foi ignorado por todos os principais órgãos de prémios. Após o sucesso de bilheteria de “Homem-Aranha: Sem Volta a Casa”, estamos a ver apenas um filme na sua lista de “pré-produção”: “Road to Capri” com Virginia Madsen.
Jeff Daniels
Daniels é um ator de teatro, televisão e cinema, um ator que é amado e reverenciado no ramo. Mas ele ainda não recebeu o reconhecimento do Oscar, apesar de ter papéis em vários filmes indicados a melhor filme e até um vencedor. Escolher a sua obra principal é um dilema do tipo “A Escolha de Sofia” entre o seu Bill Johnson no brilhante “Pleasantville – A Viagem ao Passado” de Gary Ross e o seu arrogante pai romancista no retrato semiautobiográfico de Noah Baumbach, “A Lula e a Baleia”.
Liev Schreiber
Schreiber pode ter recebido adoração na televisão com a série “Ray Donovan”. Mas depois de começar como Cotton Weary em “Gritos” (“Pânico”, no Brasil) (1996) e um dos membros da equipa de sequestro em “Resgate” (“O Preço de um Resgate”, no Brasil) (1996), o mundo viu pela primeira vez as suas verdadeiras habilidades de atuação como Sam em “Hurricane – O Furacão” (1999) e Laertes em “Hamlet” (2000).
No entanto, é o seu soldado com lavagem cerebral em “O Candidato da Verdade” (“Sob o Domínio do Mal”, no Brasil) que o coloca frente a frente com mestres como Denzel Washington e Meryl Streep. Felizmente, ele tem alguns pesos pesados na sua próxima lista, incluindo “Across the River and Into the Trees” de Paula Ortiz e “Asteroid City” de Wes Anderson.
Carmen Ejogo
Grotescamente ignorada por “Selma” junto com sua coestrela David Oyelowo como Martin Luther King Jr., Carmen Ejogo é um grande talento no ecrã. A sua entrega de perguntar à figura histórica complicada se ele a ama é uma das melhores masterclasses em atuação na última década. Mas “Selma” é apenas a ponta do iceberg para ela. Em seguida, ela será vista ao lado de Paul Bettany e Candice Bergen em “Harvest Moon”, de Mark Waters.
Aaron Eckhart
Eckhart tem sido uma presença vibrante por décadas, cruzando vários géneros e entregando reviravoltas emocionantes por toda a parte. O seu trabalho ao lado de Nicole Kidman em “Rabbit Hole – O Outro Lado do Coração” atualmente é o seu melhor, e não conseguiu ganhar força no circuito do Óscar.
Esperando por um futuro momento Michael Shannon / Richard Jenkins, estamos a olhar para qualquer um dos seus vários projetos futuros para uma hipótese de um Oscar, incluindo “Rumble Through the Dark” com Bella Thorne e “Afterward” com Beverly D’Angelo e Terrence Howard.
Clifton Collins Jr.
Com mais de 70 créditos no cinema, Collins Jr. tem sido um marco no cinema por duas décadas. No entanto, ao lado de Philip Seymour Hoffman na estreia de Bennett Miller como melhor filme, seu Perry Smith é incrivel em camadas e continua sendo um dos grandes snobes de seu ano de prémios individuais.
Em 2022, ele também foi digno de uma indicação pelo seu magnífico trabalho em “Jockey”, de Clint Bentley, que infelizmente ficou perdido no circuito.
Sarah Paulson
A inclusão do trabalho de Sarah Paulson em “Carol” é o principal exemplo de como a “fraude de categoria” – um termo simples na internet para quando uma atuação principal é promovida para coadjuvante e vice-versa – desloca artistas dignos no reino do Oscar. Um queridinho da crítica, o drama de dois protagonistas de Todd Haynes foi engolido por performances maravilhosas de Cate Blanchett e Rooney Mara.
Ainda assim, o último (que quase lidera todo o filme) foi promovido como atriz coadjuvante, juntamente com trabalhos principais de outros estúdios, como a eventual vencedora: Alicia Vikander em “A Rapariga Dinamarquesa” (“A Menina Dinamarquesa”, no Brasil). Isso deixou pouco espaço para Abby de Paulson, um antigo amor de Carol Aird, encontrar espaço de manobra para entrar. A notoriedade de Paulson é bem conhecida na televisão, mas ela não se limita a isso, como ela mostrou nos seus papéis de vilã em “12 Anos Escravo” (“12 Anos de Escravidão”, no Brasil) e “Corre” do ano passado.
Oscar Isaac
Oscar Isaac é sem dúvida um dos nossos mais talentosos atores do momento. Portanto, é quase um crime que ele ainda não tenha encontrado o seu caminho para uma indicação ao Oscar, apesar de entregar personagens inesquecíveis como Llewyn Davis, Abel Morales e Standard Gabriel (“Drive”).
Entrando no Universo Cinematográfico da Marvel com “Moon Knight” no Disney Plus, ele interpretará o icónico realizador Francis Ford Coppola em “Francis and the Godfather”, de Barry Levinson. Há rumores de que ele também tem um papel no projeto de paixão de Coppola, “Megalopolis”.
https://www.youtube.com/watch?v=mRuVWHnQlV8
John Goodman
Goodman é um marco na indústria – mostrado com os seus vários Emmys para Dan Connor em “Roseanne” – mas a sua contribuição no filme é quase imensurável. Um dos poucos atores a protagonizar consecutivos vencedores de melhor filme – “O Artista” e “Argo” – juntamente com um terceiro indicado depois de “Extremamente Alto, Incrivelmente Perto” (“Tão Forte e Tão Perto” no Brasil) (2011), ele nunca chegou a ouvir o nome do Oscar. Ele também é um dos poucos atores que deveriam ter sido indicados para o trabalho de voz, mostrado pelo seu adorável monstro ao lado de Billy Crystal em “Monstros e Companhia” (“Monstros S.A.”, no Brasil)
Alessandro Nivola
Alessandro Nivola vem abrindo caminho para grandes atores e devia ter sido nomeado por sua atuação, ao lado de Rachel McAdams e Rachel Weisz, em “Desobediência”. Ele tem um papel no próximo filme de David O. Russell, bem como no filme “Boston Strangler”, de Matt Ruskin, ao lado de Keira Knightly e Carrie Coon.
Pesquisem mais no IMDB para saber mais sobre os atores e atrizes.