Óscares 2023: John Williams, o candidato mais velho da história da premiação

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Prestes a completar 91 anos, no próximo dia 8 de fevereiro, John Williams é a pessoa viva com o maior número de nomeações aos Óscares. Ao todo, são 53, sendo a mais recente em 2023, por “Os Fabelmans”, semi-autobiografia do lendário Steven Spielberg – Com quase meio século de colaborações, está é a 31ª parceria entre a dupla.

Recentemente, após o anúncio dos nomeados a 95ª edição dos Óscares, Williams além de pessoa viva com maior número de nomeações, tornou-se o candidato mais velho da história a concorrer ao prémio mais cobiçado da indústria audiovisual e fonográfica.

A marca histórica foi confirmada através de um levantamento feito pela própria Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS). Segundo a AMPAS, Williams ganhou 48 nomeações para Melhor Banda Sonora Original e cinco para Canção Original – e atualmente detém o recorde de segundo maior número de nomeações de qualquer artista de todos os tempos. Atrás apenas de Walt Disney (1901-1966), que foi indicado 59 vezes.

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De acordo com a instituição, ele também é, até onde sabemos, o nomeado mais antigo em uma categoria de premiação competitiva. Essa distinção foi anteriormente realizada por Agnès Varda (1928-2019) e James Ivory, ambos nomeados em 2018 aos 89 anos – Na ocasião, Varda recebeu um prémio honorário pelo conjunto da obra e, Ivory o Óscar de Melhor Argumento Adaptado por Chama-me Pelo Teu Nome”, de Luca Guadagnino.

Em um comunicado, via AMPAS, o compositor disse: “Estou muito grato à Academia por seu gentil reconhecimento e imensamente grato a Steven Spielberg por me oferecer a oportunidade de compor a trilha sonora para este filme muito especial e pessoal”.

Para comemorar o ato histórico, indico o concerto realizado por Williams em 2020, em Viena:

 

 

Quem é Williams?

Considerado um dos maiores e mais respeitados compositores e regentes do século XX e XXI, John Towner Williams nasceu em 8 de fevereiro de 1932, em Nova York. Depois de mudar-se com a família para Los Angeles, ainda jovem, frequentou a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde foi colega do regente e compositor italiano Mario Castelnuovo-Tedesco (1895-1968).

Após servir a Força Aérea americana, regressou a Nova York, em 1955, onde matriculou-se na renomada Juilliard School, uma das melhores instituições especializada em artes dos Estados Unidos – Viola Davis, Jessica Chastain, Val Kilmer, Michael Stuhlbarg, William Hurt, Christine Baranski, Adam Driver, Oscar Isaac, Nina Simone, Kevin Spacey, Christopher Reeve e Robin Williams, estão entre os ex-alunos notáveis.

 

Carreira

A carreira de Williams teve início através do ofício de orquestrador para compositores requisitados. Nesse quadro, sua filmografia inaugural inclui títulos, como: “Quanto mais quente Melhor” (1959) e “Se meu apartamento falasse” (1960), ambos do sete vezes ganhador do Óscar, Billy Wilder.

Além do trabalho esporádico como orquestrador, o nova-iorquino também arriscou-se como músico em dezenas bandas sonoras, nem sempre creditado.

Logo, sua pulsante versatilidade o permitiu percorrer diversas funções, desde pianista até arranjador e condutor. Ademais, sua primeira banda de relevância como compositor veio com “O Vale das Bonecas” (1967), de Mark Robson, que lhe rendeu a primeira nomeação aos Óscares.

Como resultado, originaram-se outras obras distinguidas por seu trabalho, como o filme-catástrofe “A Aventura de Poseidon” (1969), de Ronald Neame“Um Violino no Telhado” (1971), de Norman Jewison que rendeu seu primeiro Óscar. Em sequência, seus trabalhos mais recentes são as séries “Jurassic World: Acampamento Jurássico” e “Star Wars: The Bad Batch”.

 

Spielberg

Sua parceria artística de quase 50 anos com o realizador, argumentista e produtor Steven Spielberg resultou em muitos dos filmes mais aclamados e bem-sucedidos de Hollywood, incluindo:

“Tubarão” (1975); “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” (1977); “E.T: O Extraterrestre” (1982); “Império do Sol” (1987); “Hook” (1991); “Parque Jurássico” (1993); “A Lista de Schindler” (1993); “Parque Jurássico – O Mundo Perdido” (1997); “Amistad” (1997); “O Resgate do Soldado Ryan” (1998); “A.I. – Inteligência Artificial” (2001); “Apanha-me se Puderes” (2002); “Relatório Minoritário” (2002); “Munique” (2005); “Guerra dos Mundos” (2005); “As Aventuras de Tintin” (2011); “Cavalo de Guerra” (2011); “Lincoln” (2012); “O Amigo Gigante” (2016) e “The Post” (2017).

 

Outros projetos

Williams também compôs a banda dos cinco filmes de “Indiana Jones” – Os Salteadores da Arca Perdida (1981), de Steven Spielberg; “Indiana Jones e o Templo Perdido” (1984), de Steven Spielberg; “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989), de Steven Spielberg; “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008), de Steven Spielberg e “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” (2023), de James Mangold.

Seu compasso icónico está presente em três dos primeiros filmes da franquia “Harry Potter” – “Pedra Filosofal” (2001), de Chris Columbus, “Câmara dos Segredos” (2002), de Chris Columbus e “Prisioneiro de Azkaban”, de Alfonso Cuarón.

Para mais, grande parte da franquia “Star Wars”: “Star Wars Episódio IV: A Guerra das Estrela” (1977), de George Lucas; “Star Wars Episódio IV: A Guerra das Estrela” (1980), de George Lucas; “Star Wards – O Império Contra-Ataca” (1980), de Irvin Kersner; “Star Wars: Episódio VI – O Regresso de Jedi” (1983), de Richard Marquand; “Star Wars: Episódio I: A Ameaça Fantasma” (1999), de George Lucas; “Star Wars: Episódio II – O Ataque dos Clones” (2002), de George Lucas; “Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith” (2005), de George Lucas; “Star Wars: O Despertar da Força” (2015), de J.J. Abrams; “Star Wars: Os Últimos Jedi” (2017), de Rian Johnson e “Star Wars: A Ascensão de Skywalker” (2019), de J.J. Abrams.

 

Distinções e honrarias

Williams possui títulos honorários de 21 universidades americanas, incluindo: The Juilliard School, Boston College, Northeastern University, Tufts University, Boston University, New England Conservatory of Music, University of Massachusetts em Boston, The Eastman School of Music, Oberlin Conservatório de Música e Universidade do Sul da Califórnia.

Em 2009, ele recebeu a Medalha Nacional de Artes, o maior prémio concedido a artistas pelo Governo dos Estados Unidos. Em 2003, ele recebeu a Ordem Olímpica, a maior homenagem do COI, por suas contribuições ao movimento olímpico.

Ele serviu como Grande Marechal do Desfile das Rosas de 2004 em Pasadena e recebeu a Honra do Kennedy Center em dezembro de 2004. Williams foi nomeado para a Academia Americana de Artes e Ciências em 2009, Air and Simple Gifts especialmente para a primeira cerimónia de posse do presidente Barack Obama.

 

Óscares

Em resumo, Williams ganhou cinco Óscares de Melhor Banda Sonora Original, ganhando seu primeiro há mais de meio século por “O Violino no Telhado”, de 1971. Desde então, ele ganhou por “Tubarão” em 1975, “Star Wars” em 1977, “ET: O Extraterrestre” em 1982 e “A Lista de Schindler” em 1993.

De forma ampla, suas nomeações, incluem: “O Vale das Bonecas” (1969), de Mark Robson; “Adeus, Mr. Chips” (1970), de Hebert Ross; “Os Ratoneiros” (1970), de Mark Rydell; “A Aventura do Poseidon” (1972), de Ronald Neame; “A Sombra do Duplo Amante” (1972), de Robert Altman; “O Passe da Meia-Noite” (nomeação dupla) (1973), de Mark Rydell; “Tom Sawyer” (1973), de Don Taylor; “A Torre do Inferno”, (1974) de John Guillermin e Irwin Allen; “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” (1977), de Steven Spilberg; “Superman” (1978), de Richard Donner; “Star Wards – O Império Contra-Ataca” (1980), de Irvin Kersner; “Os Saltadores da Arca Perdida” (1981), de Steven Spilberg; “Yes, Giorgio” (1982), de Franklin J. Schaffner; “Star Wars: Episódio VI – O Regresso de Jedi” (1983), de Richard Marquand; “Indiana Jones e o Templo Perdido” (1984), de Steven Spielberg; “O Rio” (1984), de Mark Rydell; “Império do Sol” (1987), de Steven Spielberg; “As Bruxas de Eastwick” (1987), de George Miller.

Fora as produções: “O Turista Acidental” (1988), de Lawrence Kasdan; “Nascido a 4 de Julho” (1989), de Oliver Stone; “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989), de Steven Spielberg; “Sozinho em Casa” (1990) (nomeação dupla), de Chris Columbus; “Sabrina” (1995) (nomeação dupla), de Sydney Pollack; “Nixon” (1995), de Oliver Stone; “Sleepers: Sentimento de Revolta” (1996), de Barry Levinson; “Amistad” (1997), de Steven Spielberg; “O Resgate do Soldado Ryan” (1998), de Steven Spielberg; “As Cinzas de Angela” (1999), de Alan Parker; “O Patriota” (2000), de Roland Emmerich; “A.I. – Inteligência Artificial” (2001), de Steven Spielberg;

Ainda: “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001), de Chris Columbus; “Apanha-me se Puderes” (2002), de Steven Spielberg; “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004), de Alfonso Cuarón; “Memórias de uma Gueixa” (2005), de Rob Marshall; “Munique” (2005), de Steven Spielberg; “As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorme” (2011), de Steven Spielberg; “Cavalo de Guerra” (2011), de Steven Spielberg; “Lincoln” (2012), de Steven Spielberg; “A Rapariga Que Roubava Livros” (2013), de Brian Percival; “Star Wars: O Despertar da Força” (2015), de J.J. Abrams“Star Wars: Os Últimos Jedi” (2017), de Rian Johnson e “Star Wars: A Ascensão de Skywalker” (2019), de J.J. Abrams.

Em sua carreira, somam-se cerca de 209 prémios de 372 nomeações, segundo o IMDb. Matematicamente, é o compositor de banda sonora para filmes mais premiado da história.

 

Ouça as bandas sonoras vencedoras dos Óscares

 

Minhas bandas sonoras favoritas

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