25 de Abril

Dia Internacional do Idoso: 7 filmes que exploram os desafios de envelhecer

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Anualmente, no primeiro dia de outubro, celebramos o Dia Internacional do Idoso, uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991. O propósito é sensibilizar a sociedade para as questões relacionadas ao envelhecimento, destacando a importância de proteger e cuidar da população idosa.

Nesse dia, a mensagem central é promover mais carinho, cuidado, respeito e atenção a essas pessoas, frequentemente negligenciadas pela sociedade e, por vezes, até pela própria família. Conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), considera-se idoso todo indivíduo com 60 anos ou mais em países em desenvolvimento, ou com 65 anos ou mais em países desenvolvidos.

Assim como a maioria dos países europeus, Portugal também ingressou no ranking das nações com uma população idosa em crescimento. Esse fenômeno veio à tona por meio de uma pesquisa conduzida pela Pordata.

Em linhas gerais, no país, observamos uma diminuição no número de crianças e um aumento expressivo na população idosa, o que coloca Portugal como o país da União Europeia que está envelhecendo mais rapidamente. A saber, Portugal já ocupa a posição de segundo país mais envelhecido da União Europeia, ficando imediatamente atrás da Itália nos dados relativos a 2022. Enquanto, em média, os idosos representam 21,1% da população nos países da União Europeia, em Portugal essa proporção é de 23,7%.

Para ilustrar essa transformação, em 1990, a proporção era de 66 idosos para cada 100 jovens. Atualmente, esse índice subiu para 182 idosos para cada 100 jovens. A Pordata analisou a evolução entre 2015 e 2020 em diversos países da UE, revelando que em Portugal há quase o dobro de idosos em comparação com jovens e crianças.

Explorando mais a questão, dos 2,5 milhões de idosos em Portugal, quase três mil atingiram a marca dos cem anos de idade. Dentre eles, 552 mil vivem de forma solitária, e mais de 400 mil enfrentam o risco de viver em condições de pobreza. Dessas pessoas, 17% têm uma renda mensal que não ultrapassa os 551 euros.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta tendência de envelhecimento irá agravar-se. As projeções do INE indicam um rácio de 215 pessoas idosas para cada 100 jovens em 2030, 297 em 2050 e 300 em 2080.

Nesse quadro, o desequilíbrio populacional entre idosos e jovens tem sido influenciado não apenas pelos baixos índices de natalidade, mas também pelo aumento da esperança média de vida. Aos 65 anos, as mulheres portuguesas podem esperar viver mais 22 anos, atingindo os 87 anos, enquanto os homens têm uma expectativa de vida até aos 83 anos.

No contexto brasileiro, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a proporção da população com 65 anos ou mais atingiu 10,5% do total. De maneira geral, o estudo revela uma mudança significativa na estrutura demográfica em uma década.

Essa transformação é claramente perceptível ao analisarmos os seguintes dados: Em 2012, a proporção dos idosos na população era de 7,7%, indicando um aumento significativo ao longo do tempo. Concomitantemente, a população adulta, compreendida entre 30 e 64 anos, registrou um crescimento, elevando-se de 42,4% em 2012 para 46,1%.

Por outro lado, houve uma redução na proporção da população mais jovem: os jovens adultos de 18 a 29 anos diminuíram de 20,9% para 18,7%, enquanto a faixa etária com menos de 18 anos recuou de 29% em 2012 para 24,6% em 2022.

Considerando esse tema, apresentamos algumas sugestões de filmes que abordam o envelhecimento sob diferentes perspectivas, incluindo aspectos como a vivência do Alzheimer, as dinâmicas nas relações familiares, os relacionamentos entre casais na terceira idade, entre outros.

 

“O Pai” (2020), de Florian Zeller

Estrelado pelos vencedores do Óscar, Anthony Hopkins e Olivia Colman, o drama psicológico realizado por Florian Zeller marca sua estreia na realização. Coargumentado em colaboração com o dramaturgo Christopher Hampton, o filme é baseado na obra homónima de 2012, “Le Père”, parte de uma trilogia que também inclui “Le Fils” e “The Mother”. A narrativa aborda uma temática crucial: a questão do Alzheimer. A trama destaca o quão desafiador pode ser o processo de envelhecimento para algumas pessoas, concentrando-se na resistência do pai em aceitar os cuidados propostos por sua filha e nos diversos obstáculos enfrentados diante dessa realidade.

 

“O Quarteto” (2012), de Dustin Hoffman

Baseado na adaptação da peça de Ronald Harwood e com argumento assinado pelo próprio, o filme marca a estreia na realização de Dustin Hoffman. Com um elenco de peso, composto por Maggie Smith, Pauline Collins, Tom Courtney, Billy Connolly e Michael Gambon, a trama destaca a união que supera obstáculos. O quarteto lírico, formado por Cissy (Pauline Collins), Reggie (Tom Courtenay), Wilfred (Billy Connolly) e Jean (Maggie Smith), é obrigado a se reunir em uma apresentação para arrecadar fundos e salvar a luxuosa casa de repouso onde residem.

Enfrentando obstáculos como relações pessoais mal resolvidas, a velhice e a compreensão da decadência, o filme aborda a obsessão temática pela idade.

 

“O Exótico Hotel Marigold” (2012), de John Madden

Com um elenco estelar formado por Bill Nighy, Maggie Smith, Tom Wilkinson, Judi Dench, Dev Patel, Penelope Wilton, Celia Imrie e Ronald Pickup, “O Exótico Hotel Marigold” é baseado no best-seller do Sunday Times. O filme nos leva em uma envolvente jornada à Índia, acompanhando um eclético grupo de britânicos aposentados que embarcam em uma nova fase de suas vidas. A residência de luxo, no entanto, está longe da opulência prometida, mas à medida que suas histórias se entrelaçam, eles descobrem encantos de maneiras inesperadas e transformadoras. Esta comédia alegre trata de correr riscos, encontrar o amor e abraçar segundas chances, mesmo nos lugares mais surpreendentes.

 

“Ella e John” (2018), de Paolo Virzi

Estrelando os icónicos Helen Mirren e Donald Sutherland, a comédia dramática de Paolo Virzi narra a história de um casal que, no crepúsculo de suas vidas, decide resgatar o trailer esquecido na garagem por anos para embarcar em uma jornada. Rumo ao sul, eles partem em direção a Key West, com o objetivo de visitar a casa do renomado escritor Ernest Hemingway. A química em cena entre Mirren e Sutherland consegue evocar empatia no espectador, ao mesmo tempo em que compartilha as dificuldades que frequentemente acompanham o processo de envelhecimento. Enquanto Ella enfrenta o desafio de um câncer, John lida com a batalha para manter a lucidez, exibindo sinais dos primeiros estágios do Alzheimer.

 

“Terapia a Dois” (2012), de David Frankel

Estrelado pelos vencedores do Óscar Tommy Lee Jones e Meryl Streep, a comédia romântica aborda um tabu nas relações de longa data e na idade madura: a crise dos 30 anos. Kay e Arnold, casados há três décadas, enfrentam um grande e desconfortável problema que permanece não verbalizado entre eles, embora ambos estejam cientes de sua existência. Não há brigas, não há traições; apenas uma inquietude palpável. Vivendo em harmonia em sua pacata e silenciosa casa, nada parece fora do comum. Este é o cerne do problema: a rotina, a ausência de planos para o futuro e o sentimento de um amor imenso, mas contido. O filme explora as complexidades emocionais dos personagens, ressaltando a importância da comunicação e da renovação nos relacionamentos duradouros.

 

“Vortex” (2022), de Gaspar Noé

O filme desafia as ansiedades de saúde do próprio realizador, Noé, que enfrentou uma hemorragia cerebral quase fatal. Nesta obra, ele mergulha na exploração do amor e da solidão. Estrelando Françoise Lebrun e Dario Argento, a trama segue um casal idoso lidando com a degeneração da saúde mental da mãe, que enfrenta a batalha contra a demência. O filme apresenta telas divididas para acompanhar a rotina do casal, tanto quando estão juntos quanto quando estão sozinhos.

 

O Amor é uma Coisa Estranha” (2014), de Ira Sachs

Com John Lithgow e Alfred Molina interpretando um casal gay mais velho impactado pela crise financeira, o filme se destaca pela recusa em exagerar seus elementos chamativos, focando-se na história de um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto pano de fundo a legalização do casamento gay. A narrativa transcende a orientação sexual, tornando-a quase irrelevante, concentrando-se no belo retrato do amor e eliminando a ênfase na parte sexual. Essa naturalidade é o que faz o filme excepcional.

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