Dia Internacional da Mulher: 8 realizadoras nomeadas ao Óscar

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Em mais de 100 países, o Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março de cada ano, com eventos e atividades ocorrendo em todo o mundo. A data é uma oportunidade de demonstrar nosso compromisso com a igualdade de género e celebrar as contribuições que as mulheres fazem em todo mundo.

É um momento para celebrar as conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas de todas as mulheres. Também marca um apelo às ações que acelerem a percepção da igualdade de género, criando um mundo onde mulheres e meninas em todos os lugares tenham direitos e oportunidades iguais.

A 96ª edição dos Óscares se aproxima de um marco histórico: um século de existência. Todavia, a negligência em relação às mulheres na categoria de Melhor Realização persiste, tornando-se cada vez mais flagrante e inaceitável.

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Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher de 2024, e como forma de reflexão e reivindicação, revisitamos a história da participação feminina na categoria.


Lina Wertmüller

Em uma das categorias mais desiguais do prémio, Lina Wertmüller (1928-2021) fez história há 50 anos ao ser a primeira mulher nomeada a Melhor Realização por “Pasqualino das Sete Beldades”.

 

Naquela edição, Wertmüller competiu com grandes nomes como John G. Avildsen, Alan J. Pakula, Ingmar Bergman e Sidney Lumet.

Além da nomeação para Melhor Realização, ela também concorreu aos prémios de Melhor Argumento Original e Melhor Filme Estrangeiro.

Em 2019, a realizadora foi agraciada com um Óscar Honorário por sua carreira.

 

Kathryn Bigelow

Em 2009, Kathryn Bigelow fez história ao se tornar a primeira mulher a ganhar o prémio de Melhor Realização pelo brutal e memorável “Estado de Guerra”.

 

O longa também lhe rendeu o prémio de Melhor Filme, que dividiu com Mark Boal, Nicolas Chartier e Greg Shapiro.

 

Sua terceira nomeação aos Óscares veio com “A Hora Mais Escura”, em que concorreu apenas a Melhor Filme, ao lado de Mark Boal e Megan Ellison.

 

Jane Campion

Em 2022, 47 anos após a histórica nomeação de Lina Wertmüller, Jane Campion se tornou a primeira mulher a ser nomeada duas vezes na categoria de Melhor Realização nos Óscares.

Sua primeira nomeação foi em 1994 pelo intenso drama “O Piano”, que não lhe rendeu o prémio de Melhor Realização, mas lhe rendeu o Óscar de Melhor Argumento Original.

 

Campion quebrou a hegemonia masculina na 94ª edição ao conquistar o prémio de Melhor Realização pelo western contemporâneo “O Poder do Cão”.

 

O filme, que também foi recordista de nomeações com 12 no total, consolidou a posição de Campion como uma das grandes cineastas da atualidade.

Entre os realizadores que ela derrotou estavam Paul Thomas Anderson com o divertido “Licorice Pizza”, Kenneth Branagh com o intenso drama familiar “Belfast”, Steven Spielberg com sua versão do clássico “West Side Story” e o japonês Ryûsuke Hamaguchi com o sublime “Drive My Car”.

 

Curiosamente, Spielberg havia vencido Campion em 1994 com “A Lista de Schindler”.

Emerald Fennell

Fennell conquistou a Academia com seu primeiro longa-metragem, “Uma Miúda com Potencial”.

 

Aclamado pela crítica e público, o filme rendeu à realizadora britânica três nomeações aos Óscares: Melhor Argumento Original, Melhor Filme (compartilhada com Margot Robbie, Josey McNamara, Tom Ackerley, Ben Browning e Ashley Fox) e Melhor Realização, tornando-a a primeira mulher britânica a ser nomeada pela Academia por realizar uma longa-metragem.

Fennell não apenas fez história com sua nomeação, mas também levou para casa o prémio de Melhor Argumento Original.

 

Chloé Zhao

Zhao ascendeu ao estrelato em 2020 com seu aclamado filme “Nomadland – Sobreviver na América”, um road movie estrelado por Frances McDormand.

 

A obra rendeu à realizadora quatro nomeações ao prémio: Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Montagem.

Zhao não apenas foi nomeada, mas também venceu os prémios de Melhor Realização e Melhor Filme (compartilhado com Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher e Dan Janvey).

 

Com essa conquista, ela se tornou a segunda mulher (e primeira asiática) a ganhar o prémio de Melhor Realização.

Além disso, McDormand ganhou sua terceira estatueta de Melhor Atriz.

 

Sofia Coppola

Em 2003, Sofia Coppola consolidou seu nome com seu segundo longa-metragem, “Lost in Translation – O Amor É um Lugar Estranho”.

 

O drama, aclamado pela crítica e público, rendeu à Coppola três nomeações ao prémio: Melhor Realização, Melhor Argumento Original e Melhor Filme (a produção também rendeu uma nomeação de Melhor Ator para Bill Murray).

Coppola, então com 32 anos, se tornou a terceira mulher na história a ser nomeada na categoria. Apesar de não ter levado o prémio de Melhor Realização, ela venceu o prémio de Melhor Argumento Original.

 

Greta Gerwig

Gerwig estreou na cadeira de realização com o aclamado “Lady Bird” (2017).

 

O drama de amadurecimento, estrelado por Saoirse Ronan, Laurie Metcalf e Tracy Letts, rendeu à Gerwig duas nomeações ao prémio: Melhor Realização e Melhor Argumento Original.

“Lady Bird” também foi nomeado para Melhor Atriz (Ronan), Melhor Atriz Secundária (Metcalf) e Melhor Filme (Scott Rudin, Eli Bush e Evelyn O’Neil).

Em 2020, Gerwig recebeu mais uma nomeação, desta vez na categoria de Melhor Argumento Adaptado por sua adaptação do clássico “Mulherzinhas”.

 

Este ano, Greta Gerwig não foi indicada na categoria, mas concorre ao prémio de Melhor Argumento Adaptado por “Barbie”, em parceria com seu esposo Noah Baumbach.

 

Justine Triet

Triet vive um momento glorioso em sua carreira. A talentosa realizadora francesa, responsável pelo aclamado filme “Anatomia de uma Queda”, conquistou a cobiçada Palma de Ouro no Festival de Cannes e recebeu cinco nomeações aos Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Realização.

A nomeação de Triet na categoria de Melhor Realização em 2024 representa um marco histórico. Ao lado de grandes nomes como Yorgos Lanthimos, Christopher Nolan, Jonathan Glazer e Martin Scorsese, ela rompe com a tradição masculina da categoria e marca a volta de mulheres à disputa após um ano de ausência.

Todavia, a conquista de Triet não foi capaz de apagar as sombras que pairam sobre a premiação no que diz respeito à representatividade feminina. A edição de 2024 também foi marcada pelo “esquecimento” de duas realizadoras cujos filmes concorrem a Melhor Filme: Greta Gerwig (“Barbie”) e Celine Song (“Vidas Passadas”).

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Triet não escondeu sua emoção ao saber das nomeações ao prémio.

Entretanto, a francesa também lamentou a ausência de outras mulheres na premiação, um fato que, mais uma vez, chama a atenção para a disparidade de género na indústria cinematográfica:

 

“Eu chorei… a primeira [indicação] foi para roteiro e fiquei muito feliz. Mas foi depois que vi o nome do meu editor que chorei, porque foi muito surpreendente. Não imaginava que Laurent Sénéchal pudesse estar envolvido neste jogo […] E, claro, para melhor realizador. Fiquei surpresa porque não há mais mulheres ao meu lado. Então, é claro, tenho muita sorte e muito orgulho de todas essas coisas.”

 

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